quinta-feira, 30 de junho de 2011
Todos os tipos de cabelo
quarta-feira, 29 de junho de 2011
Roteiro roto
segunda-feira, 27 de junho de 2011
Filosófica cadeira
sexta-feira, 24 de junho de 2011
Existencial xis
Quem criou o criador?
Quem matou a criatura?
Como beber dessa água se essa água não é pura?
Qual escolha é a certa?
Qual a sua descoberta?
Qual a lógica que atira sua ira mais secreta?
Qual etapa foi quebrada?
O que falta no processo?
Quais as últimas palavras que acompanham esse verso?
Quem já sabe da resposta?
Qual a única lembrança?
Quem tem medo de perder uma aposta por vingança?
Como gasto o meu salário?
Qual o mal de todo o mundo?
Qual o tempo necessário para o último segundo?
Como conquistar amigos?
Como aproveitar o dia?
Qual a pena pro bandido que caiu numa armadilha?
Quem merece uma revista?
Como foi a sua infância?
O que sabe o cientista sobre a nova substancia?
Quem já leu o dicionário?
Como concluir promessas?
Onde encontro o atalho pra poder chegar depressa?
Quem equiparou o nível?
Quem insiste na vitória?
Qual o plano infalível para completar a história?
Como somar um instante?
Quem causou esse problema?
Qual o trecho iniciante que antecede um poema?
quarta-feira, 22 de junho de 2011
Ceia de Domigo
Ceia de domigo
De carne vermelha
E pele dourada
Assim fomos feitos um pro outro
Na mesa você estava
Deslumbrante
Suculenta
Eu pude notar
A azeitona preta
Estava vencida
Mas valeu
Cada mordida
Eu fartei, lambi o beiço
Enchi a barriga
E agora tudo passa
De solidão e sobremesa
A braguilha aberta, a fala à mesa, a comida
Em decomposição
Decomposição
Nada mais a fazer
O prato limpo, a sala, o tempo , o tédio, a TV
E o jornal
A sessão da tarde se abrindo
E eu no quimo indigesto, entregue a uma ceia de domingo
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Ps: Se alguém lembrar do coelhinho da Páscoa, tudo bem :)
sexta-feira, 17 de junho de 2011
Setembro
domingo, 12 de junho de 2011
Visitas inesperadas
Procópio, seu irmão mais velho entra no quarto sem bater.
P- Vai ficar sentado até quando? (sarcastico)
M- (gargalhando)
P- (cutucando Marcos) Marcos?
M- (furioso) O que é?
P- Preciso dar uma olhada em uns e-mails.
M- (gargalhando)
P- (cutuca marcos)
M- (irritado) ME DEIXA!
P- Do que está rindo, posso saber?
M- (vira a tela do computador pro lado de Procópio)
P- ( espia e dá uma longa gargalhada)
M- (triste) Está vendo? São todas iguais!
P-(para de gargalhar e diz) não fique triste,irmãozinho, ela não sabe o que está perdendo.
M- ( irritado, esfregando as mãos na cabeça) Ela me paga, ela me paga ,ela me paga...
P- (consolando Marcos) Não tome decisões nesse estado, meu caro; ela virá e assim vocês se acertam.
M- (se levanta, discutindo) Ela não é uma mulher, é uma criança mimada, todas elas, sugadoras , quando menos se espera acontece um bote, víboras, cascavéis que agem pelas costas, isto é o que são: bonecas.
Nesse momento surge da caixa Lúcia:
L- Posso sair?
(Os dois ficam calados)
L- (saindo, meiga e olhando para Marcos) Oi meu thuthurucozinho!
M- (vira a cara)
L- Te trouxe um bombom, você quer?
P- Eu quero! ( toma da mão de Lúcia)
L- (cínica) Você... você continua o mesmo. E você, (se aproximando de Marcos), você mudou, mudou tanto que já nem lembro de quando foi a última vez que me elogiou.
M- (furioso) Não quero papo contigo!
L- (sarcástica) Ah é? não quer papo comigo?! Sou eu e esse seu computador, eu ele, que mais te damos atenção, lembra da última mensagem que eu te mandei?
M- (pegando um papel do bolso e lendo em voz alta, mecanicamente) "Oi amor, como vai? minha noite está fria sem você, saudades"
L- (falando com doçura)Saudades...
M- (não compreendendo)Isso foi há três dias! TRÊS DIAS! Fora isso você não me escreveu mais nada.
P- (interrompendo) Pare de ser egoísta irmãozinho, ela ainda te quer?
M-(se virando para Lúcia) Você ainda me quer?
L- (sorrindo) Eu ainda te quero!
P- (interrompendo) Mas eu acho que ela merece um castigo.
M- (assustada) Um castigo?
P-(se justificando) Um castigo. Um dano ou seja lá o que for, pra provar esse amor, esse amor-mensagem de três dias, cibernético, e frio...
L- (discutindo)Quem é você para falar do meu amor; você é um intruso nessa história, que não tem nada a ver comigo e meu thucorucozinho!
M- (virando-se para Procópio, indagativo) Que tipo de castigo estamos falando?
L- (sentencioso, em coro)
'A forca para os assassinos,
as pedras para os adúlteros,
para as gralhas a rouquidão,
somente por estima,
eu proponho que ela passe,
De boneca à menina'
L- (asssutada) você só pode estar ficando maluco, meu thucoruco jamais faria tamanha selvageria !
M- (anda pelo cenário por alguns instantes e intui conclusivo) Acho justo.
P- (concordando) Justíssimo!
L- (confusa) Amor, porquê?
M- (explicativo, acariciando Lúcia) Eu sei que parece estranho, mas é inverno, e é tempo de você mudar, fortalecer o nosso sentimento, e só dessa maneira, meu amor, só assim, você provaria o que me disse; só assim você seria diferente de todas as outras entende?
P- (com ironia) das outras que são outras.
L- (se desvencilhando de Marcos) Não estou te entendendo ... Ah, por favor garotos, qual foi a última prova de amor que vocês me fizeram?
M- Te esperar todos esses dias...
L- (completando Marcos, em tom de discussão) Você demorou sair da caixa...
P- E você apareceu!
L- (emburrada apontando o dedo pra Procópio) Você não conta. Não faz parte dessa história, já disse.
P- Se diz, não me intrometo (vira-se e fica de costas)
L- (curiosa, se virando para Marcos) Você não procurou ninguém?
M- (debochativo)Você não acredita em mim se eu disser que sim.
P- (gargalhando)
M- (cutucando Procópio) Procópio?
P- (furioso) O que é?
M- Preciso dar uma olhada em uns e-mails.
P- (gargalhando)
M- (cutuca Procópio)
P- (irritado) ME DEIXA!
M- Do que está rindo, posso saber?
P- (vira a tela do computador pro lado de Marcos)
M- ( espia e dá uma longa gargalhada) P- (feliz) Está vendo? São todas iguais!