As baratas são os seres mais insignificantes do planeta. Elas sujam seu lar, infestam seu armário e causam tremendo pavor a todas as mulheres e afeminados.
_ E agora , eu tenho a honra de apresentar a vocês, Judith Perruche .
Os aplausos seguiram de total espanto. Ela estava subindo ao palco. Uma barata cascuda, de seis fartos e postura discutível.
Judith pediu o silêncio da platéia e começou a entoar uma canção desconhecida. O público foi tomado pela música seguindo as patas daquele inseto. As quatro patas que estavam livres do chão se arranjavam no ar em um balé alucinante, seguindo de forma teatral o que a barata cantava.
_Bravo!!! Bravo!!! – gritava a platéia entusiasmada com o inseto cantor.
Delicadamente, Judith agradece a multidão com gestos graciosos, e segue entoando outra canção.
Na outra noite Judith Perruche era a artista mais requisitada de todos os bares e cafés da França. Só se falava na interpretação de Perruche e sua graciosidade no palco.
_ Sou uma cantora barata - ela dizia no palco- Só preciso de um acordeom para seguir minha voz.
Seu pagamento era com estrume fresco e suco de fezes.
Durante anos Judith lutou pelos direitos das baratas, foi porta voz do grupo dos pró-inseticidas e militante das causas das anciãs cascudas. Ganhou o Lobel Francês sendo honrosamente aplaudida por todas as classes de insetos.
Morreu pisoteada por pé humanóide. Em sua ultima turnê, Perruche dá seu último adeus ao mundo entoando o “Hino as Baratas”
Uma barata cantora, jamais uma barata fora tão longe em toda a história.
Judith Perruche, a maior barata de todos os tempos.