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segunda-feira, 31 de maio de 2010

Sobre sair e ficar em casa

Ontem saí. Saí porque deu vontade, porque já estava de saco cheio de ficar em casa. Daí eu saí. Fui encontrar pessoas, pessoas que também saíram, assim como eu. Todos estavam bem arrumados com suas melhores roupas, alguns mais arrumados que outros. Poderia ser fruto do mau gosto por moda, da atual situação econômica, dos meus próprios gostos por roupa, ou poderia ser apenas estilo. Estilo é aquilo que atrai grupos com os mesmos gostos. Logo a atração de gostos iguais determina uma afinidade. Com afinidade têm se um diálogo, e seu uso é imprescindível quando saímos.

Muitos conversavam, parecia ser legal conversar e rir ao mesmo tempo. Mas sobre o que conversavam, que assuntos eram legais conversar quando pessoas saíam, isso eu não sabia. Então passei a conversar e, a saber, o que era. Aprendi que um bom papo exige conhecimento, afinidade e bom ouvinte. E esse bom ouvinte deve ter essas características para um bom papo.

Com um bom papo você pode conseguir muitas coisas. Você pode levar uma mulher pra cama, ou um homem, fechar um negócio, estabelecer amizades, conhecer novos grupos, expor idéias, descobrir personalidades, avaliar o caráter das pessoas, ser avaliado, ser assunto para outras conversas, ser conhecido, entre tantos outros serviços que só por meio do papo podemos identificar.

Para o papo fluir é preciso sempre ter em mãos algo que impulsione o papo. Chamamos isso de bebidas e fumo. As bebidas são compostos da indústria alimentícia com funções de socializar as pessoas que saíram de suas casas, já o fumo é um composto com características de manter a pessoa calma e acordada. Excluindo todas as questões do vício, as bebidas e o fumo são impulsionadores para a socialização de grupos que se encontram ao sair de suas casas, sendo assim “itens” de suma importância nas conversas.

Estando em posse dos “itens” a conversa com os indivíduos será mais tranqüila e harmônica. Mas ao sair sempre tenha em mente que a rua não é igual ao seu cotidiano, portanto esteja sempre pronto para o desconhecido. Levar dinheiro e celular é uma boa dica para aqueles que se previnem ao sair. Mas como a rua não é o seu cotidiano você pode ser assaltado, seu dinheiro pode não ser o suficiente para determinados “itens”, você pode romper relações entre grupos devido a má comunicação, tendo como um recurso ficar em casa.

Ficar em casa é uma boa alternativa para quem não gosta de sair. Você pode se divertir sozinho ouvindo música, lendo livros, se exercitando, comendo, estudando, conversando com seus familiares, entre outros exemplos que só podem ser úteis para os que ficam em casa.

Ficar em casa por muito tempo pode levar a um quadro de isolamento e depressão, por isso às vezes é importante sair.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Piloto: Arrôtos elegantes

E voltamos com "Arrôtos Elegantes" há 15 anos na sua tevê, arrotando em você!

Lisbela está sentada no pátio do colégio quando é interrompida por sua prima Ana que estava a rodar.

_ O que está fazendo?- perguntou Lisbela assustada ao ver Ana se servir de pião no pátio do colégio.
_ Estou girando - respondeu feliz - sou um planeta, alias sou o planeta que quiser ser. Posso ser até mesmo o Sol que muitos pensam estar parado.
_ Posso ser a sua Lua? - pergunta Ana entusiamada.
_ Claro que pode! Corra ao redor de mim.
Ana obedeceu Lisbela e começou a correr em sua volta. Lisbela girava e Ana corria. As duas agora formavam um Sistema Solar com os braços e pernas entrelaçados.
_ Quem passar por nós serão os cometas - disse Ana.
Enquanto isso os alunos e professores passavam pelo pátio do colégio. Passavam em frente as meninas que giravam e corriam. Eram os cometas segundo Ana, eram as estrelas segundo Lisbela.

_ Que idiotice. Essas meninas do jardim-de-infância são tolas. Alias, todas as crianças desse colégio acreditam em fantasias e fantasmas.
(um estalo)
_ Não acredito que a tv pifou na hora da minha série favorita!
_ Ainda bem, não aguentava mais essa chatisse sr R., ou Deus ouvia as minhas preces ou eu acabaria vomitando na sua cama.

Sem o que fazer e com um café quente na mão R. começa a sentir raiva. Calmamente ele coloca a xícara de café mal tomado na cozinha, anda pela sala e encontra aquele resto de whisky paraguaio que consumiu durante o período que tinha amigos.
_ R., você está bebendo denovo, está?
...
_R., me tira dessa corrente, vamos converssar. A tv pifou, não tem nada pra fazer e minha mão já está doendo.
Minutos depois R. volta pro quarto.
_ Trouxe um rádio pra ver se ajuda quebrar nosso silêncio.
(música melancólica de fundo)
_ Quem está cantando?- pergunta a refém interessada.
_ Um idiota qualquer, vamos transar.

(bater de palmas)
_ Pedrinho, quantas vezes eu já te falei pra trancar seu quarto enquanto você assiste essa porcaria de novela pornográfica!
_ Não é novela mãe, é uma série.
_ Vai procurar um emprego garoto folgado.

sábado, 15 de maio de 2010

CHEGA

Tá bom, cansei desses poemas "dó de peito" que vocês já estão enjoados de ler. Eles refletem apenas 2% do meu dia-a-dia. Momentos de desespero todo mundo tem, mas eu não os tenho assim com tanta frequência. Apenas exagerei algumas coisas, fruto total da minha iniciação na fase adulta (23 anos). Confesso que estou sumido da blogosfera e que alias não sou uma estrela desse meio, visto a grande indignação de vocês leitores (hãn). Mas o motivo é de total afastamento "internético" semanal. Estou ficando a semana inteira de corpo e alma entregue às tarefas da faculdade, que alias já estou terminando. Isso inclui dois estágios não remunerados ( lerê-lerê) e incansáveis dias de academia que me renderam alguns "kilinhos" a mais. Isso também não quer dizer que eu não leio os blogs, porque quando não tenho nada pra redigir eu leio vocês, só não consigo comentar todos devido a erro de proxy (JURO!).

Minha vida amorosa: (disserte em 3 linhas) _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Confesso que tirar sangue não é pra qualquer um, que qualquer macaco treinado pode fazer exames de urina precisos, que preciso de um jaleco novo, que roubei papel higiênico da facul para "sobreviver" em São Gonçalo, que estou me tornando uma outra pessoa longe da minha família, e não sei se saberei lhe dar com esse eu, que eu não queria escrever textos falando de mim especificadamente (não que eu faça isso sempre).

Mas como sempre não sou eu ,é o meu eu lírico falando.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Sem Aviso

No começo veio a fumaça
Mas não me importei com isso
Eu fechei a janela
E fingi que não era comigo

Queria invadir minha casa
Mas eu fechei a porta
E acendi um incenso
Pra mascarar o cheiro cinza

Depois vieram as cinzas
Pretas e esfareladas
Como pragas de outono

Não me importando
Eu varri o chão
Pra elas não voltarem
E o tapete de boas vindas
Pra elas se tocarem

Não satisfeito
Eu fechei os poros da minha casa
De modo que agora não entre ninguém sem ser convidado

Sem aviso
O fogo tomou a propriedade
E tudo o que nela havia
Consumindo todos os meus pertences
Criando fumaça
Adotando cinza

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Relato de um cão sem dono

Tudo começou com um encanto casual
Eu não te achei importante, você muito menos
Você me tomou num gole só
Abafou meus gritos pra ninguém escutar
E disse: "Você agora é meu"
Como uma presa qualquer
Um alguém a calhar
Aceitei tal afirmação
E passei a seguir teus passos
Foram dias de sol
Muitos dias de sol
Que espero voltar

Tudo terminou com um encontro casual
Eu te achei importante, você não mais
Você me largou num beco, só
Confirmou na música "não tenha medo"
E disse: "Eu vou te deixar"
Como um bicho qualquer
Que ninguém quer cuidar
Aceitei tal afirmação
E passei a seguir sem rumo
E são dias sem sol
Muitos dias sem fim
Que espero acabar

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Traços

Está em Felline
Al Pacino
Almodóvar
Nos gritos de Sarah
Mudanças de Paula
Na fúria de Elis

Pavor de Vinícius
Valor de Picasso
Na voz de Adriana

Na mesa de Amélia
Anseios de Pâmela
Beleza de Luma
Na gana de Gates
No olhar LaChappelle
No riso de Chaplin
Nos punhos de Tyson
Nas mãos de Chico

Na mente de Hitler
Idéias de Einstein
Questões de Wilian
Na dor de Renato
No amor de Roberto
Nas letras de Rita
Canções de Agenor
Nos sonhos de Nara

Recado para n. reis

Você sabe cantar um poema
Você finge, você diz o verso
Você fala baixo
Finge que não tem vontade
Você chega tarde
Finge não querer
Não se importar
Ao que a voz tem pra dizer
Finge não saber
Provoca um pigarro
Pra quê?
Cadê você
Pra apagar meu cigarro?
Cadê você
Pra acender o meu fogo?
Estou esperando
Está ocupado?

(Iluminado, Pavoroso)

domingo, 9 de maio de 2010

O lado sombrio do Iluminado

Onde está a heresia?
A meretriz dentro dessa frase

O peso jamais alcançado
O vestido surrado, o acre

Onde está o meu erro?
O seu medo é impasse?
Ou é tarde, sempre é tarde

Testo esse texto
Compro essa briga
Canto essa parte

Onde está a minha arte?

Tomo esse gole
Bebo esse sangue
Uso esse vício
Entro, me interno
Me abrigo
Nesse asilo
Nesse inferno


(Iluminado, Pavoroso)