tag:blogger.com,1999:blog-86298644890427184322024-03-05T05:02:48.233-03:00O ILUMINADOÁtila Goyazhttp://www.blogger.com/profile/16963391407023522157noreply@blogger.comBlogger177125tag:blogger.com,1999:blog-8629864489042718432.post-71427351759498758942013-08-29T17:45:00.001-03:002018-10-26T10:59:52.243-03:00A Espera<span style="color: #444444; font-family: Verdana, sans-serif;">Essa música eu dedico para todos os encalhados.</span><br />
<iframe frameborder="no" height="166" scrolling="no" src="https://w.soundcloud.com/player/?url=http%3A%2F%2Fapi.soundcloud.com%2Ftracks%2F108731147" width="100%"></iframe>Átila Goyazhttp://www.blogger.com/profile/16963391407023522157noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8629864489042718432.post-57826455291150120332013-08-15T18:28:00.000-03:002013-08-17T15:07:20.939-03:00Dando-te a lua (Te dando a lua)<span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Pra começar essa letra não é minha, eu não sei de quem é. Uma pessoa muito querida me pediu que eu a musicasse. Tem tempo já que "engavetei" essa canção, mas resolvi postar aqui, pois ela faz parte de um momento muito marcante que vivenciei. J.P Cuenca tinha razão ao dizer que " O único final feliz para uma história de amor é um acidente". Sigamos.</span><br />
<iframe frameborder="no" height="165" scrolling="no" src="https://w.soundcloud.com/player/?url=http%3A%2F%2Fapi.soundcloud.com%2Ftracks%2F105608261" width="100%"></iframe>Átila Goyazhttp://www.blogger.com/profile/16963391407023522157noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8629864489042718432.post-17564389187857166492013-07-12T20:51:00.000-03:002013-07-12T21:05:13.373-03:00A segunda loucura<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Courier New";">Deixa relembrar os
fatos. Os fatos sempre estarão dispostos em ordem aleatória, pois como fatos, se
perceberá as evidências da cronologia apresentada, restando somente aquilo que
a memória borda. O deslumbramento das cenas salivando. Lembro-me de quando
presenciei a minha segunda loucura. A primeira não será aqui discutida, visto
que endireitei-me logo; creio que se esta (primeira) for versada não dará
compasso ao que vai ser dito agora, por isso a deixemos de lado. Agora
lembro-me da segunda. Foi há alguns meses atrás. E tudo aquilo começou de uma
maneira muito estranha, enraizada e certeira. Estranha e sendo mais impaciente:
como a loucura não seria devidamente esquisita? Portanto com a resposta na
ponta da língua vamos aos fatos: Estava eu em casa, ajeitando o olhar em alguma
literatura enquanto esperava o sono chegar. De fato ocorreu que dormi. Quando acordei
notei que meu irmão alisava mansamente meus cabelos, ele preocupava-se com meu
estado; eu, que parecia perturbado, não com a situação de acalanto que ele produzia, mas sim com a chuva e os trovões lá fora que infestavam a casa de luzes
e formas. O tempo estava confuso. Fazia dois dias que chovia daquela forma, as
antenas não captavam sinal algum, e o rádio estava quebrado. Limitava-me a ver
fitas antigas no videocassete e a ouvir ininterruptamente os turbilhões e
relâmpagos que jaziam lá fora. Lembrei-me de que havia arranjado um número de
telefone para emergências, e uma voz me dizia que este era o único número capaz
de ter para poder se fazer algum desabafo; eu que nunca tive
amigos para tal façanha, liguei. Esperei até que a música de telemarketing cessasse e fui
atendido. Eu disse que queria ajuda, que precisava conversar com alguém sobre
minha vida. A voz do telemarketing disse pra me acalmar, que logo minha
angústia passaria . Não dei crédito ao informante de telemarketing e desliguei
o telefone, naquela hora ouvir a voz de um estranho não ajudaria a compor minha
sanidade; pensei, que número ingrato. Fiquei atordoado, então abri minha caixinha de remédios, onde nela se
encontravam mais de 5 mil reais, além das medicações psicotrópicas devidamente
com suas posologias – deixo bem claro que não sou adepto de bancos, por isso
guardo meu dinheiro em lugares secretos e inimagináveis, é o mais adequado para
uma pessoa perturbada ter tudo em suas mãos, acidentes acontecem e eles não
saem barato. Enquanto a tv estava ligada junto ao videocassete, admirava na
tela o filme que passava, o close de uma mão feminina, aquelas mãos com
brilhantes, o sangue na tela. Olho para os dedos e vejo um anel, não uma aliança, mas um anel. Vejo que trabalho tenho para ter com quem presentear o que me resta nos meus dedos. Pensava
em dar aquela jóia de uma loja caríssima para minha mãe, pois há muito tempo ela
não aparecia para me visitar, mas deixei minha vontade guardada para uma
posteridade mais singular, um casamento talvez. Dormi na metade do filme, e mais
uma vez esqueci de programar o televisor para se <i>autodesligar</i>.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Courier New";">Na manhã seguinte, enquanto
preparava o café, comecei a ver vultos pela vidraça quebrada da minha cozinha.
Uma mulher, uma senhora talvez, estaria perambulando pela minha propriedade
dando risadas histéricas. Tive medo. Olhei novamente pelo vidro quebrado da
janela e não constatei tal presença numa segunda vista. Deve ser a minha cabeça
novamente me pregando uma peça, pensei. Liguei a tv. De repente, quando a
programação parou - graças à falta de energia - pude notar as risadas vindas de
fora de casa. Só poderia ser ela, rindo de minha vida medíocre e sabe-se-lá do
quê mais, já que a cabeça de uma idosa perturbada não tem mais um grande
discernimento do que é ou não correto.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Courier New";">_É mesmo, venha
aqui, quero ver você adentrar a minha casa. Guardo um ninho de cobras e elas
estão a sua espera, velha feiticeira, pode vir! Repetia baixinho em forma de
mantra, enquanto ela resmungava e ria com mais força. Relaxei e tomei um chá com o nome de "boa noite", fui deitar.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Courier New";">No colchão, coloquei as cobertas sobre mim e fiz uma reza para que todo mal me esqueça, não tardou muito, mas de um modo estranho
comecei a me coçar, parecia que acabava de adquirir uma sarna interminável, ou
até mesmo que os insetos estavam dominando meus aposentos e me corroendo. Comecei
a coçar o mais rápido possível e em um ato desesperado iniciei um movimento de
mãos frenéticas, feito um beija flor a procura da próxima rosa. Meu irmão, que até
então estava do meu lado na outra cama adormecido, acordou com o barulho estranho e viu toda
aquela cena grotesca. Ele resolveu que era hora de partir daquela casa por
algum tempo, segundo ele, estava me fazendo mal, segundo eu, amaldiçoada. Mas
antes mesmo de deixar as decisões serem tomadas, me levantei e fui até o jardim
constatar os fatos, se eram verdadeiros, se tinha mesmo uma senhora-bruxa-maquiavélica por lá.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Courier New";">Era uma manhã de
domingo. O clima sombrio rodeava aquele lugar cercado por petúnias e temperos.
Vi algumas cordas amarrando os galhos e percebi que pareciam feitas por couro
de cobra. Será mesmo que aquela senhora que possuía o dom de atormentar minha
mente havia colocado tais adornos naquela árvore? E por que segurar aqueles
galhos com cordas de couro? Parecia algo impossível naquela região um culto de
candomblé, de modo que se a velha propusera demarcar seu território com alguma
mandinga não fazia o menor sentido. Atormentado estava eu, ainda mais quando vi
duas cruzes fincadas perto dos tomateiros. De súbito deixei passar e disse a
mim mesmo que tudo aquilo era fruto de minha imaginação. Cortei tudo o que era
nocivo a minha mente, fazendo do jardim um lugar deserto, cheio de esperança e
normalidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Courier New";">Voltei para dentro
de casa muito exausto. Mas minha exaustão não era capaz de produzir sono. Então
peguei o violão e fui até a varanda, onde comecei a tocar uma música
improvisada em meio ao breu e ao sereno. A vizinhança não reclamou, mas isso
fez meu irmão acordar e perguntar o que estava havendo comigo. Necessitava de
um calmante, expliquei para ele, mas naquela hora nenhuma farmácia estaria
aberta. Ele disse para me aquietar, que logo o dia nasceria e toda aquela
neurose passaria batido. A noite chegou e mais um apagão apareceu. Comecei a
ouvir vozes novamente. Elas riam de mim, me caçoavam e até mesmo me desafiavam
a sair de casa e a enfrentar meus inimigos. Fiquei por horas balançando minha
cabeça na cama- uma tentativa de me ninar que utilizo sempre quando estou tendo
algum problema e a solução não é desembaçada.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New";">Enfim
mais um dia chegou, e eu não dormira aquela noite, minhas pílulas acabaram.
Resolvi sair para o quintal e averiguar se algo estava diferente. Sim , e como
estava. Dessa vez foram os pombos que começaram a me atacar. Sei muito bem que
esta casa nunca foi dedetizada e que o serviço que cumpre tal desígnio não é
satisfatório nessa cidade. Então dei meu jeito: Arrumei uma manta pra afugentar
as aves, enquanto recolhia “os trabalhos de espírito” postos em meu quintal, mais uma vez. A
mão que segurava a manta era girada quando algum pombo se aproximava, com a
outra mão eu recolhia o material que se poderia dizer trabalho de macumba: duas
cruzes perto dos tomateiros. Estariam elas representando minha morte e de meu
irmão? Estaríamos nesse ponto da questão mortos e trancafiados para sempre
naquela casa? Lembrei dos quadros em preto e branco que ilustravam nossa
família - rosas murchas estavam na mesa de café e bilhetes antigos de festejos,
tão antigos que eram empoeirados, todos dispostos em gavetas– tudo muito
antiquado em pleno século XXI. Arranjei um lugar para colocar as mandingas: um
terreiro/campo vazio que ficava a duas quadras da minha casa. Despachei as
cruzes, as latas abertas de dois lados que pretendiam ser colocadas em meus
punhos – dessa forma imaginava as torturas daquela terrível senhora - e os materiais para churrasco no
qual cismei que eles seriam algo demoníaco. Fui até este terreiro com um pano
na mão, desvencilhando dos pombos – estes pássaros moravam naquela casa, isto
era um fato, e o centro de zoonoses da cidade jamais conseguiria retirá-los.
Parecia que estavam empoleirados e fazendo filhotes por pura acomodação, a casa
era antiga e propícia para o surgimento dessas aves. Saí para arejar a mente,
em meio a possível ameaça de Pássaros Hitchcockianos fui parar em uma lagoa que fica há alguns metros de casa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Courier New";">Foi lá que avistei
quatro abutres circundando o céu. Sem pensar entrei na água de roupa e tudo. Estava
precisando de uma sessão descarrego. Enquanto saía da lagoa o vento mudava de
norte. Sentei para que minhas vestes secassem e notei que a movimentação das
vitórias-régias vinham em minha direção. Sentia como se fosse um presente de
Yemanjá, todo aquele verde se acumulando em minha direção. Estranhei o fato e
saí dali rápido. Os abutres me rondavam. Tentava não pensar em morte ou coisa
desse tipo, mas as circunstâncias não se faziam positivas para um dia desses. Foi então que as aves do necrotério se dissiparam, era um alívio para minha
mente pesada. Voltei pra casa, para o meu refúgio amaldiçoado e por lá fiquei, até alguém se dar conta de mim. Não, estes abutres não estavam me circulando, não existia senhora alguma, cruzes, cobras, ataques de pombos e tudo mais. Eu era só, um louco sem o devido tratamento,em sua segunda loucura.</span><span style="font-family: 'Courier New';"> </span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
Átila Goyazhttp://www.blogger.com/profile/16963391407023522157noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8629864489042718432.post-35305207212272979392013-07-04T20:08:00.000-03:002013-07-04T20:25:42.234-03:00Me concede o prazer dessa dança?<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Olhávamos, não mais do que poucos segundos, as faces tímidas a girar pelo salão; depois chegava feito obsessão o ato irracional e nos olhávamos novamente. Fazia um sentido quase que de encaixe único aquele querer, aquele desejar ser o pé que carrega um par; nem mesmo os outros com seus movimentos espalhafatosos atrapalhavam nosso <i>feeling</i>, nosso ritmo era rico, tínhamos vocação para aquilo. Íris com íris, pé com pé, o encontro e o encaixe. A dança era em si perigosa - se atermos ao fato de que poderia ser pra vida toda. Bailemos então:</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span>
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><embed allowfullscreen="false" allowscriptaccess="always" height="25" src="http://www.4shared.com/embed/3714367733/7d6373e9" type="application/x-shockwave-flash" width="420"></embed></span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="background-color: white; color: #0a0a0a; line-height: 28px;">Hoje eu vou dançar num campo minado</span><br style="background-color: white; color: #0a0a0a; line-height: 28px;" /><span style="background-color: white; color: #0a0a0a; line-height: 28px;">e me assegurar de que tudo esteja armado</span><br style="background-color: white; color: #0a0a0a; line-height: 28px;" /><span style="background-color: white; color: #0a0a0a; line-height: 28px;">pra me ver passar um sufoco danado</span><br style="background-color: white; color: #0a0a0a; line-height: 28px;" /><span style="background-color: white; color: #0a0a0a; line-height: 28px;">Quem sabe vou pisar numa mina de fogo</span><br style="background-color: white; color: #0a0a0a; line-height: 28px;" /><span style="background-color: white; color: #0a0a0a; line-height: 28px;">e consumir minha alma num lançe de dado</span><br style="background-color: white; color: #0a0a0a; line-height: 28px;" /><span style="background-color: white; color: #0a0a0a; line-height: 28px;">Talvez eu caia em um poço de lodo</span><br style="background-color: white; color: #0a0a0a; line-height: 28px;" /><span style="background-color: white; color: #0a0a0a; line-height: 28px;">ou me salve com um simples passo irado</span><br style="background-color: white; color: #0a0a0a; line-height: 28px;" /><span style="background-color: white; color: #0a0a0a; line-height: 28px;">Inventando um "step" anti-agouro</span><br style="background-color: white; color: #0a0a0a; line-height: 28px;" /><span style="background-color: white; color: #0a0a0a; line-height: 28px;">Me tornando "o rei do gingado"</span></span>Átila Goyazhttp://www.blogger.com/profile/16963391407023522157noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8629864489042718432.post-36505798154378896782013-06-30T20:41:00.000-03:002013-06-30T20:41:27.096-03:00transatântico<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">ah, como seria bom</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">ter você em meus braços</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">te sentir até o último suspiro</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">vai que num sonho você se apresente</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">e na realidade eu te tenha de presente</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">ah, como seria raro</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">ter-te em contratempos</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">em pestes negras</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">em pragas faraônicas</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">nos mais sangrentos desatinos</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">e noutra face contemplar tua beleza</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">ah, como seria intenso </span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">saber das tuas dobras</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">desafiar as tuas coxas</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">dominar as roxas camadas de tuas mucosas</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">abrir seus buracos com a "calma-ferocidade"</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">dos casais apaixonados</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">assimilar as noites com tuas luas</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">temperamentos que só a mim concederia</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">ah, como seria um escravo</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">um reles empregado de tua empresa</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">limparia todo o seu passado</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">as suas doenças, dores de amores mal quistos</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">colaboraria com tua felicidade</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">cortaria os pulsos dos incomodados</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">extrapolaria uma vida por ti</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">por sorte um diagnóstico</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">me traria a luz de minha patologia</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">e sem intimidade com a medicina, riria</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">pela falta de bom censo, pela crítica dos doutores</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">pois nada no mundo equivale a sua lira</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">nem mesmo uma rima rica</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">nenhum texto seria capaz de descrever-te</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">nenhum delírio onírico</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">desculpe meu eu-lírico pobre</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">nenhum nobre seria capaz de conter-te</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">por isso me atento a minha insignificância,</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">não tenho palavras, nem mesmo elegância</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">ah, como seria raro</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">nosso encontro noutro cosmos</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">outras vidas te completam, eu sei</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">seria mesmo um deus</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">uma força maligna</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">que controlaria este meu estado?</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">poderia arrancar minha pele</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">extrair meus dentes</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">tirar minha casa, meu sustento</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">mas nunca deixar-me sem teu perfume</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">nessa minha perspectiva de ser</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">sua atenção eterna e aventura</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">acelerada e inconsequente</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">ah, como seria bom </span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">se fosse tua minha vida</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">e se tudo fosse esquecido</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">nossos desentendimentos</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">que nunca foram entendidos</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">assim por ti me arrisco</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">imerso no teu transatlântico</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">me atiro sem aviso</span><br />
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">assim por ti sobrevivo</span>Átila Goyazhttp://www.blogger.com/profile/16963391407023522157noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8629864489042718432.post-78909082504555296712013-06-23T20:46:00.001-03:002013-06-23T21:05:30.758-03:00Rainha<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt;">
<span style="background: white; color: #0a0a0a; font-family: "Courier New"; font-size: 15.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Quero
ver você permanecer na estrada até o último momento</span><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 15.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 21.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #0a0a0a; font-family: "Courier New"; font-size: 15.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">até a morte parecer barata<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 21.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #0a0a0a; font-family: "Courier New"; font-size: 15.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">até as minuciosas frustrações suicidas se tornem concretizadas<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 21.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #0a0a0a; font-family: "Courier New"; font-size: 15.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">até que o último segundo cesse<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 21.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #0a0a0a; font-family: "Courier New"; font-size: 15.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">até a espera desses últimos tempos<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 21.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #0a0a0a; font-family: "Courier New"; font-size: 15.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Volte, antes que todas as baratas do universo explodam<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 21.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #0a0a0a; font-family: "Courier New"; font-size: 15.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">e toda camada "baratal" se funda e forme uma crosta<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 21.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #0a0a0a; font-family: "Courier New"; font-size: 15.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">volte, antes que milhares de vidas baratais estejam na venda<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 21.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #0a0a0a; font-family: "Courier New"; font-size: 15.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">estão duvidando de sua existência<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 21.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #0a0a0a; font-family: "Courier New"; font-size: 15.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">de sua forma de brincar com os cometas<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 21.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #0a0a0a; font-family: "Courier New"; font-size: 15.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">de começar do zero uma ação inesperada<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 21.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #0a0a0a; font-family: "Courier New"; font-size: 15.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">de botar ovos e povoar colônias<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 21.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #0a0a0a; font-family: "Courier New"; font-size: 15.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">assim sofro - como a nostálgica invenção do telefone sem fio<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 21.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #0a0a0a; font-family: "Courier New"; font-size: 15.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">começa com “digo isto”, mas é sempre aquilo<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 21.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #0a0a0a; font-family: "Courier New"; font-size: 15.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">sempre um grito confuso, fosco<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 21.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #0a0a0a; font-family: "Courier New"; font-size: 15.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Fale baixinho, não apenas a mim<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 21.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #0a0a0a; font-family: "Courier New"; font-size: 15.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">toda a sua verdade<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 21.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #0a0a0a; font-family: "Courier New"; font-size: 15.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">tenha um troço<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 21.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #0a0a0a; font-family: "Courier New"; font-size: 15.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">e cresça com fermento ou nessa anarquia de si<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 21.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #0a0a0a; font-family: "Courier New"; font-size: 15.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">encha nossos corações mesquinhos<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 21.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #0a0a0a; font-family: "Courier New"; font-size: 15.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">ou entregue o jogo – a tua aldeia<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 21.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #0a0a0a; font-family: "Courier New"; font-size: 15.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">invente um outro de ti pra acompanhar e bendizer os súditos<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 21.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #0a0a0a; font-family: "Courier New"; font-size: 15.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">pois é nisso que tudo pára:<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 21.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #0a0a0a; font-family: "Courier New"; font-size: 15.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">a busca pela sucessão de seu trono<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 21.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #0a0a0a; font-family: "Courier New"; font-size: 15.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">e se por acaso não aguentares esta vida e cometeres haraquiri<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 21.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-align: justify;">
<span style="color: #0a0a0a; font-family: "Courier New"; font-size: 15.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">perderemos o rumo e os sentidos das antenas<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 21.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #0a0a0a; font-family: "Courier New"; font-size: 15.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">para quê estamos nesse universo explorador<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: white; line-height: 21.0pt; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="color: #0a0a0a; font-family: "Courier New"; font-size: 15.0pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">se antes mesmo de aparecer você se esconde<o:p></o:p></span></div>
<span style="background: white; color: #0a0a0a; font-family: "Courier New"; font-size: 15.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">e
brinca de voar?</span><span style="background: white; color: #0a0a0a; font-family: "Courier New"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"> </span></div>
Átila Goyazhttp://www.blogger.com/profile/16963391407023522157noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8629864489042718432.post-40490307726043417362013-06-09T15:08:00.000-03:002013-06-09T15:12:01.984-03:00Estranhos<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New";">O silêncio é
suportável até para os incertos. E como seria se outra música tocasse meu
coração daquela mesma maneira que fora há tempos distantes? Será que suportaria
carregar outra conspiração dentro de meus sonhos? Porque somente os que amaram
se tornaram capazes de enfrentar terceiros tempos, só os que se importaram com
a não mesmice das noites e dançaram os compassos incertos sentirão a delicadeza
dos dias – certamente ouviria que era impossível ser aquilo que desejas, ou
tornar-se-ia impraticável, seria apenas o começo. Diante de tantos anseios, a
sobra do passado que corrói a saudade já não é mais a mesma – se tornou
concreta, imutável e mantida em um sigilo, que de tanto pensar ficamos à sombra
da morte, indivisíveis e alheios à queda iminente. Por certo quando os elos forem desfeitos e
apropriados a um único ser, este sim sairia ileso e por cima de tudo, não que
eu mesmo queira sair por cima, ou que me importe, ou que você também o queira,
mas é claro que posso procurar um título maior, desde quando os moralistas em
questão estão divisados entre o bem e o mal; e entre essas arestas posso assim ser o rei da miséria que intitula
nosso tempo. Mas como somos dependentes sempre nos esbarramos e aquela fagulha
se expande e se torna impraticável. Belo seria possuir e deixar de lado, ás
moscas, para que num tempo distante se valha até mesmo o adubo que adquire as
hortaliças menos apreciadas. Porque a prática retrátil de qualquer selvageria
apimentaria todo um contexto. Nela estariam corretos e enviesados todos os
problemas românticos. E foi-se a nitidez de um vidro, seguimos embaçados. Pois
havia entre nós uma clareza de sentidos que se ajeitava nas simples coisas. E
aceito sim, a tua ira, a tua condenação ignóbil de que nunca seremos
compatíveis – a tua distância apenas esclareceu os fatos, colocou-os em ordem,
de forma que agora posso entendê-los. Se a tua chaga fosse fatal provavelmente
me colocaria em algum eixo, me traria aquela importância que colocaria todo o
nosso jogo à prova. Não condeno a tua impaciência, tampouco me faço de total
culpado. Apenas sigo nesse desastre e me apego ao pegajoso cárcere que criei.
Não digo que estou seguro, muito menos fui o que saboreou mais e destemperou o
clima. É que havia a capacidade de refrear aquela nossa ideia de que tudo era
possível, sem medidas ou contratempos – por mais enganador que pareça e por
mais perecível que se encontre nosso estado, vivemos em calamidade; aprecio
essa vista e a pratico da janela.
Passado a prática sem medidas e contratempos, ficamos em suma
semelhantes ao que os outros são: apenas outros.</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Courier New";"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New;"><embed allowfullscreen="false" allowscriptaccess="always" height="20" src="http://www.4shared.com/embed/3660982005/7ae6c7e6" type="application/x-shockwave-flash" width="420"></embed></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New;"><br /></span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">"Ensaio um beijo com amor de pecado mortal</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">e deixo que saia um sabor de recado final</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">eu vou derramar a doçura saliva do beiço</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">no seio, cintura, em sua boca </span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">na face, nas curvas da carne, nos laços do peito</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">jurei poemas mil vadiei o seu sono</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">tapei o canto vazio com teu desenho risonho</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">será que serei o primeiro a te merecer</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">o bem que me faz admito é melhor que perder"</span></div>
</div>
<div class="MsoNormal">
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
</div>
Átila Goyazhttp://www.blogger.com/profile/16963391407023522157noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8629864489042718432.post-45903954778873054392012-04-22T10:12:00.003-03:002018-10-26T14:59:58.541-03:00Acampamento ao interior<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Tinha escolhido o momento certo. O agora sairia tão cedo e cumpriria sua meta, esbabaçando-se no desejo de chegar ao cume. Montanhas, cachoeiras e águas termais se organizavam entre sua lista de desejos. Tantas são as belezas naturais daquele lugar inóspito, sua cabeça tomando decisões, e os goles de coragem. E vou-me agora, disse, enquanto se despedia de um banho de chuveiro. A mala pesada daquele rapaz, tão pesada quanto mala de moça, e para quê tanto? Se lhe servia somente alguns trapos nessa admirável aventura. Com outra visão de mundo talvez se lembrasse de que ainda estava vivo. Enfim pegou o malote e foi sem ajuda de mapa algum. Uma bússola sim, certamente apontava-lhe o norte avisando que chegou a hora de descansar. O peso daquele ecossistema sob suas costas e isso porque seu sentimento de desbravador era muito mais forte do que os adornados arqueiros das tribos subjacentes; seu pensamento era maior do que as páginas de um livro. Cumplicidade selvagem, com folhas secas e nenhuma fagulha, um momento que soou praticamente intacto, uma fervura feita da gotícula do orvalho, que por hora impedia a finalização combustiva dos gravetos no diesel daquela linha esportiva. Aventureiro que era, feito provador que degusta um momento, pensou duas vezes antes de escrever a primeira palavra. O “agora”, que dependia de seus prazeres descontados. Os dizeres que não foram computados durante a longa jornada que o seguia. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Enquanto sua saúde ainda permanecia em alta, os dedos ainda cortavam o caminho e a navalha ainda era afiada. "Não vou querer acender a luz que emana de minha aura e demarcar minha trilha nesse instante". Estava só. Só, para poder mostrar às inquietudes divinas estas misérias e incertezas que o cercavam; e para mim ou qualquer outro não se deixava passar batido quitar as contas em qualquer lugar, mas sim em “minha parceira paisagem”. E dessa afirmação saía um monstro negro que de tão banal legitimava da maneira mais simples seus passos. Tinha armadilhas pelo trajeto. Onças pintadas e macacos-prego por toda a parte. Enquanto admirava aquela fauna acendia um cigarro. E como um raio a notícia de seu aparecimento se tornou matéria prima sintética.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Precisa-se de doutores da mente e, em especial, do coração. Em meio à floresta amam-se os pássaros e apreciam-se as variedades do ambiente em fase clímax. Um manguezal enfeitado com animais se sobressai sob o efeito da neve que causou tal descoberta como sua, e a foto estampada na próxima edição geográfica de um jornal local- assim como uma dose de gelo no cérebro que o fizera atirar o cigarro contra a pintura verde semelhante aos quadros feitos da terra; e a neve tão rara fazia sua aparição, tão inverossímil que não calha e nem caía em um país tropical. O fogo em profusão, lambendo o que aparecia pela frente e o balde de água feito lança chamas limpando o que era a ser descoberto.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Por conta de tais atos ele abandonava qualquer esfriamento e concentrava-se na chama de seus chacras. Em pleno tropicalismo das falácias curativas, como naquele programa de desintoxicação, animava-se às melhoras dos caminhos internos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Sem incomodar ou dar-se conta do perímetro em que se encontrava, o rapaz aqui citado adentrava a floresta do pensamento com seu arsenal de sobrevivência: um canivete na boca, uma arma carregada no bolso e um cantil que sempre se apresentava ora com água, ora com teores alcoólicos e proibidos pela instituição que se apoderava de suas vestes militares; se dele houve a sobrevida e as graças de seus passos, não se sabe. Somente se apoderará a bandeira de sua nação. Se houvesse um hino e o hasteamento da bandeira vermelha – todo o possível ‘vinho’ no final da tarde agora não dependia da entrega e da presença de uma mulher, mas sim de uma simples fagulha. E era sim bem simples se as damas estivessem por lá. Elas seriam do tipo qualquer; aquelas que falavam sozinhas e faziam falta nas conversas despretensiosas. Mesmo de ambos os lados, em qualquer direção havia a fumaça. Quando encontrados, chama e carne estariam a sorrir até mesmo lembrando quando da criação da estirpe do mundo. Pari-las e as deixar fugir pelas cercas voláteis, numa deplorável inquietude que nem mesmo restariam comentários ou lembranças era o mais fácil a ser executado. Mas preferiu guardar para a próxima visita.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Ele prostrou- se ao seu destino, e então de dentro das folhas procurava extrair as essências nobres e o verde mapa que, passado algum tempo, complementava sua pele feito camuflagem. O rapaz que ora roçava em samambaias - enquanto desbravava a mata - deixava sua coceira se manifestar o mais naturalmente possível. Alegrava-se com sua alergia, um verdadeiro sobrevivente. Punha-se a experimentar os produtos de sua mochila, o repelente, os insetos e as armadilhas para os animais das tocas. – ou deveria esquecê-los e pedir ajuda - aquela urticária que necessitava de antialérgico – Era possível e simples viver feito uma cobaia. Antes fosse esta a sua classificação. O silêncio perpassava da bolsa à barraca recém-montada nas colinas. E até a noite se ajeitou para os testes, parecia negra. Despertou sem nenhuma picada, um verdadeiro milagre.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Um acampamento para nunca ser esquecido.</span></div>
Átila Goyazhttp://www.blogger.com/profile/16963391407023522157noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-8629864489042718432.post-34441217401870040642011-11-29T14:48:00.007-02:002018-10-26T15:00:46.897-03:00Encontro às escuras<span class="Apple-style-span" style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Vlad acabava de abrir seus olhos vermelhos. A cidadela estava fria e se apresentava com seu manto noturno de uma forma notória, embalando suas crias. Vlad acendia um cigarro, inquieto, meio inconformado com o silêncio desse ecossistema urbano elétrico. Ele era um ser furioso. Sua ira era mais forte que o seu sentimento de abandono - adornado dos genes de seus antepassados. A aceleração de suas asas em modo de espera, no qual o seu desejo por novilhos de tribos remotas fossem necessários – e maior do que o escritor que preza pelas páginas de um livro era sua adoração bem quista por tais seres que o desejavam; em todo o caso, se estes ingressarem naquela noite tremula já era demasiado progresso.<br /><br />Todos procuravam pela felicidade nas esquinas emporcalhadas e imploravam somente por qualquer amizade interesseira que arranjasse surpresas escandalosas entre quatro paredes. Estava cansado de tentar aprontar qualquer injeção e derramamento de sangue novo, de não contrair as doenças humanas mais populares. Vlad era imune nesse quesito - mesmo este sendo necessário para a perpetuação da raça humana - esta fagulha não mais o atormentava há séculos. Por fim, de uma distância considerável, se aproximava um vulto. Seus olhos compridos miravam cintilantes em direção ao que seria sua nova amizade ou até mesmo o personagem que agravaria sua saciedade. Cumplicidade selvagem, com folhas secas e nenhuma fagulha, um momento que soou praticamente intacto e imperfeito, feito da gotícula do orvalho uma fervura que se esvai pelo céu, aplicando a finalização combustiva dos encontros, dissipando cada passo como diesel daquela linha desportiva, aventureira e que necessitava de alerta. O que na mente do monstro – ora posto como Vlad - se passava era a língua a experimentar o corpo feito provadora que degusta a última ceia. Vlad não iria querer acender a luz que emana de sua ausente aura só pra poder mostrar às inquietudes divinas sua fúria estridente, estas que pra Vlad, meu caro leitor, são tão banais e ilegítimas, tendo em vista que dele aproveitou-se o tempo, se esta sombra se aproximasse ele não possuiria mais discernimento entre o bem o e mal no instinto de sua linhagem.<br /><br />Tão ilegítimas como sangue coagulado eram suas ideias, seus valores impecáveis aflorando para o personagem que de passo em passo assinalava um encontro – retirando-lhe de completo as evidências de um crime, a nuvem negra supracitada podia ter ou não dentes afiados, um corpo fechado a um desafio e até mesmo um nome. Desembargada e destituída de medo ela se aproximava – pelo visto causaria um entorne verborrágico, talvez se aquela boca cumprimentasse decentemente seu adversário seria trágico. O crime do beijo da morte é o crime da morte em si. A morte de um não assassino, mas o homicídio registrado e mal interpretado pelos homens. Ocorreu o que não se esperava, Vlad estava cara a cara com outro de sua espécie.<br /><br />Em princípio não quiseram os olhares. Vlad agia errante e procurou pela primeira inscrição à sua vista. “Precisam-se de doutores do coração” era o que aquelas pupilas vermelhas conseguiam ler no letreiro de um poste, voou inescrupulosamente pelos arredores da cidade e não encontrou abrigo, então retornou. Tinha de pensar muito antes de agir. Em meio à floresta, para os homens de boa fé que amam os pássaros e as variedades do ambiente clímax, para os leões que amam as carnes macias e para os morcegos as frutas podres. Um manguezal enfeitado com capivaras não decai sob o efeito da neve intrusa que causou tal descoberta, como se tivesse como congelar seu corpo já frio - e a falta de problema era a solução para ambos. A neve tão rara no mês de novembro era vermelha e agradável. Advinha das maças dos rostos que hora envergonhados se chocavam contra os dentes de ambos, tão inverossímil que tudo o que calhava em um manguezal fazia parte de alguma histeria. Os dois feito mosquitos sequer sugavam sangue, atormentados os bulidos, vencendo os limites de um passo já delimitado pela morte.<br /><br />Ele abandonava qualquer esfriamento, em pleno tropicalismo das falácias curativas daquele programa de desintoxicação que se passava boca a boca; entre seus conselheiros, animava-se às melhoras dos amigos internos que voltavam a si dos desmaios de loucura e se retornassem ao que eram antes daquele toque iriam pastar noutros campos, literalmente.<br /><br />Sem incomodar ou dar-se conta do perímetro em que se encontrava, Vlad adentrava a floresta do pensamento com um canivete na boca, uma arma carregada no bolso e o cantil que sempre despojava, ora com água, ora com teores alcoólicos, proibidos pela instituição que se apoderava de suas características, proclamadores estes, também como vinho seco, já em bolsa térmica como corpo quente. E se dele houver a sobrevida, a graça se apoderará – todo o possível ‘vinho’ dependia da noite e da presença ou falta de uma mulher carnuda e venulosa – aquelas que falavam sozinhas faziam falta, mesmo que aquele beijo vanguardista ajudasse a sair pelas cercas farpadas as detestáveis matracas.<br /><br />Prostrou- se ao seu destino, e de dentro das folhagens procurava extrair a essência e o verde que atordoava sua pele. Vlad roçava e deixava sua coceira ser mais natural possível. Punha-se a experimentar o produto do outro, feito repelente, que desaparecia o ardor – ou deveria sucumbir àquela urticária – um cobaia de lábio, antes fosse esta a classificação esperada por ambos -, perpassava da bolsa à barraca recém-montada nas colinas. E até quando a noite se ajeitou para os testes finais e de forma inesperada as mulheres apareceram às pencas, pois sentiam a fragrância estranha do amor pela morte. Fizeram a festa não como um massacre, mas sim como o que era esperado pelas donzelas, um amor que transpassasse a barreira da vida. Despertaram sem nenhuma picada, em um acampamento para dois. Fazia um dia frio e nebuloso, saíram para outra aldeia antes que os jornais aparecessem e relatassem o que sobrava de uma boa notícia.</span>Átila Goyazhttp://www.blogger.com/profile/16963391407023522157noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-8629864489042718432.post-76726099853159214312011-11-18T21:06:00.001-02:002011-11-18T21:08:13.013-02:00Verdades sobre o Picles<p class="ecxMsoNormal" style="line-height: 17px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; color: rgb(42, 42, 42); font-family: Tahoma, Verdana, Arial, sans-serif; text-align: -webkit-auto; background-color: rgb(255, 255, 255); "><span lang="pt" style="line-height: 18px; font-family: 'Courier New'; " >Picles emagrece; picles com molho shoyo , picles cru. Mais de um milhão de picles para os pratos dos brasileiros, feito auxílio na merenda escolar. Mistos-quentes de picles recheados com vento. Picles é fibra, por isso mesmo seu recheio é líquido e flui como rastros de lesmas. Um picles para matar a sede desértica dos homens faraônicos.</span></p><span style="color: rgb(42, 42, 42); text-align: -webkit-auto; background-color: rgb(255, 255, 255); " ></span><p class="ecxMsoNormal" style="line-height: 17px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; color: rgb(42, 42, 42); font-family: Tahoma, Verdana, Arial, sans-serif; text-align: -webkit-auto; background-color: rgb(255, 255, 255); "><span lang="pt" style="line-height: 18px; font-family: 'Courier New'; " >Na cidade onde só se viam os “legumistas” vendendo suas poções verdes mágicas, era notável a venda de picles, ó internacional alquimia. Entre tantas qualidades de hortaliças, o picles gritava na feira para ser devorado e adquirido a toneladas após degustação. Na lancheira dos estudantes uma maçã e suco de laranja com picles. Assim como a esfinge, os picles queriam ser decifrados. Não se sabe o porquê do divórcio com as alfaces e a preferência pela monogamia destas leguminosas - um prato só com picles é de bom tamanho. Nem mesmo os testes laboratoriais mais eficientes souberam dizer o motivo dos picles serem tão importantes, salvo o baixo número de calorias e o teor vitamínico e mineral.</span></p><span style="color: rgb(42, 42, 42); text-align: -webkit-auto; background-color: rgb(255, 255, 255); " ></span><p class="ecxMsoNormal" style="line-height: 17px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; color: rgb(42, 42, 42); font-family: Tahoma, Verdana, Arial, sans-serif; text-align: -webkit-auto; background-color: rgb(255, 255, 255); "><span lang="pt" style="line-height: 18px; font-family: 'Courier New'; " ><span style="line-height: 20px; "> </span>O molho shoyo não foi tão eficaz quando na solidão de seus sais. O líquido negro misturava-se com as leguminosas menos badaladas, fato é que necessitava de acompanhamento e tampouco servia de aperitivo para os vegetarianos mais esquerdistas. O molho shoyo necessita somente daquilo mais importante ; necessitava de picles, mas o caso era que o picles não necessita do molho shoyo. É complicado entender que o mundo apresenta essas formas de interdependências. Eu venho com meu molho salgado e você vem com sua leguminosa balsâmica. O mundo foi feito num prato cataclísmico onde estes continham dentre todas as coisas picles frescos. Na maioria das vezes, quando não se cuidava do jardim, alguns picles morriam desidratados, por isso mesmo se diz: Se alimentem de picles e sejam felizes ao regar o jardim; no mais, lutem a favor do transito intestinal que estes lhe proporcionam. E queiram bem o vaso sanitário, pois só picles salva.</span></p><span style="color: rgb(42, 42, 42); text-align: -webkit-auto; background-color: rgb(255, 255, 255); " ></span><p class="ecxMsoNormal" style="line-height: 17px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; color: rgb(42, 42, 42); font-family: Tahoma, Verdana, Arial, sans-serif; text-align: -webkit-auto; background-color: rgb(255, 255, 255); "><span lang="pt" style="line-height: 18px; font-family: 'Courier New'; " ><span style="line-height: 20px; "> </span>Eu não quero fazer apologia aos vegetais, mas picles são criminosos na questão das saladas mistas. Vivem juntos aos seus parceiros e não abrem mão de um vinagrete qualquer. Mesmo assim saíram da prisão com as fianças dos chefes de cozinha e o apoio do ministério da agricultura. Mais uma de suas virtudes: Os picles roubam suas gorduras e ninguém mais sabe de nada. Onde as benditas se esconderam no seu corpo, sem resposta para os ignorantes.</span></p><span style="color: rgb(42, 42, 42); text-align: -webkit-auto; background-color: rgb(255, 255, 255); " ></span><p class="ecxMsoNormal" style="line-height: 17px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; color: rgb(42, 42, 42); font-family: Tahoma, Verdana, Arial, sans-serif; text-align: -webkit-auto; background-color: rgb(255, 255, 255); "><span lang="pt" style="line-height: 18px; font-family: 'Courier New'; " >São como esponjas, é o que dizem, e vieram de longe feito banda de rock para tomar conta dos pratos dos naturalistas. E, em meio às notícias fantásticas, encontraram um poeira cósmica feita da mais importante semente de picles, enfim uma raridade datada pelo espaço gastronômico. Todo picles sabe dominar sozinho a demanda de uma cozinha/restaurante e fica bem na mesa de qualquer classe social. As carnes têm inveja dos picles, pois quando elas são resfriadas perdem muito de suas fibras e ficam feito manequins no refrigerador esperando na última estação serem devoradas nos pratos, enquanto estes são servidos frescos e na hora. Os repolhos invejosos são apaixonados pelas bainhas rodadas dos picles, estes porque não causam tanta flatulência quando dissecados. Todo picles procura por sua salada, mesmo no prato dos egoístas dietéticos. A salada comum acompanha tomate, alface e cebolinha, já o picles não faz parte dessa leva, ou quando se faz é abstraído e trocada por um esquizótipo, como a couve-flor.</span></p><span style="color: rgb(42, 42, 42); text-align: -webkit-auto; background-color: rgb(255, 255, 255); " ></span><p class="ecxMsoNormal" style="line-height: 17px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; color: rgb(42, 42, 42); font-family: Tahoma, Verdana, Arial, sans-serif; text-align: -webkit-auto; background-color: rgb(255, 255, 255); "><span lang="pt" style="line-height: 18px; font-family: 'Courier New'; " >Marilene estava seguindo ordens da patroa; esta que pedia naquela noite uma salada de picles; mas como achar importante leguminosa ainda fresca no supermercado? Era necessário tomar medidas drásticas. Ir até a casa da irmã curandeira, aquela que possuía um jardim completo de ervas e afins. O molho de picles saiu barato, em troca de erva cidreira e figo. Marilene sorriu, pegou a caneta e começou a anotar as receitas da irmã. "Eles bem picadinhos ficam ótimos como acompanhante de salada, não deixe o picles agir sozinho em uma apresentação, pois ele não tem qualidades pra ficar como protagonista”. Todo picles mal resolvido espera por um massacre estomacal, onde só os gordinhos têm a ciência de seus poderes; mas, geralmente, são estes que os abraçam nos famosos acompanhamentos.</span></p><span style="color: rgb(42, 42, 42); text-align: -webkit-auto; background-color: rgb(255, 255, 255); " ></span><p class="ecxMsoNormal" style="line-height: 17px; margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.35em; margin-left: 0px; color: rgb(42, 42, 42); font-family: Tahoma, Verdana, Arial, sans-serif; text-align: -webkit-auto; background-color: rgb(255, 255, 255); "><span lang="pt" style="line-height: 18px; font-family: 'Courier New'; " >Marilene estava prestes a cortar os talos quando foi interrompida pela patroa; ela queria que colocasse os tomates maduros de sua horta a venda. A patroa queria aprimorar e conciliar os menus, já que suas vendas estavam declinando. Então ela pegou o picles mais parcelado e curtido, e tratou com um bom banho de vinagre. O picles relaxou e descansou, até ser beliscado no provatório e comido na mesa 23 daquele estabelecimento. Gerou uma conta de 56 reais, e foi servido como acompanhamento para o hambúrguer. Os picles foram devorados com fritas e valiam aproximadamente 3 reais a porção. Vida longa ao picles no prato dos naturalistas!Vida longa!</span></p>Átila Goyazhttp://www.blogger.com/profile/16963391407023522157noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-8629864489042718432.post-80483072813307937482011-11-06T09:34:00.007-02:002011-11-06T11:42:36.786-02:00Hora do recreio<p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New'; ">Filho,há quanto tempo está a olhar essa senhora; Há pouco, respondeu o garoto; Não acha que devias desviar os olhares e fixar nas crianças; Não, acho que deveria procurar conversa com outro; Acho que deveria ir brincar, olha, já é recreio e a professora substituta está a arrumar a gincana; Não acho que sair dessa árvore e aprender com as estagiárias seja vantajoso nessas circunstâncias, o sol está queimando e eu prefiro estar na sombra, olhar aquela senhora naquela cadeira e nada mais; Isso seria melhor do que se comportar como um patife; Exatamente, e assim me comporto feito um bobo, pois na hora da chamada quem irá responder pelas faltas sou eu e não a senhora - ralhou; Então achas mesmo que deveria se privar de ser um garoto normal e ir brincar de pique com os demais; Não deveria, mas acho que os demais não me querem no recreio e nem em suas rodas de jogos, receio que será assim para sempre, até o fim do semestre; Mas por que – incita a professora-; Porque nenhum deles é capaz de enxergar o mundo como eu enxergo, vê, alguns deles jogando queimado e sendo felizes, mas sabem que na hora da merenda o arroz está em falta, por isso poupo minha virtude e não caçôo de nenhum aluno; Mas existem tantas meninas que deveriam ser aproveitadas pela sua nobre beleza e a merenda está a melhorar a cada dia; Meninas estas que só apontam os dedos esmaltados para os meninos esbeltos e, me desculpe professora, nunca fui e</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New'; "> </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New'; ">nunca serei esbelto da maneira como elas pintam, algumas já até adultas possuem esse erro demarcado e intransferível, e não quero discutir leis darwinistas enquanto a senhora usa de toda a sua psicologia pra me tirar dessa árvore, apenas deixe meu corpinho quieto enquanto os 30 minutos de tolerância acabam; Dizem que você é um dos piores alunos; E sou, porque não me ensinam a viver nesta instituição,como deveriam; Então aprenda nos livros; É o que estou fazendo, mas os livros apresentam carência e eu fomento esta carência nessa árvore que nem os frutos pode me proporcionar, somente a sua sombra. E é o que sou. Uma sombra para o retrato da turma de final de período, e não espero mais do que o abraço de meus pais e as felicitações de fim de ano,</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New'; "> </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New'; ">esses meninos lindos que passam a jogar bola serão os mais felizes enquanto eu me declino e talvez passe a ficar em casa por muito mais tempo que o aconselhável. Mas me disseram que és um bom matemático e que irá se safar das provas finais; Sou um bom estatístico e sei das minhas faltas, também sei de minhas qualidades e que destas , durante o recreio, não se manifestam; Mas é atípico da sua parte ser tão solitário, vejo que eras um bom companheiro e que tinhas companhia durante todo o período; Não sou solitário, apenas aceitei minha situação tal qual deus designou para mim, e meus companheiros se dissiparam, procurando por suas batalhas, todos líderes aliás; Então tens qualidades de liderança; Não sei, só sei que quando vejo os garotos enfileirados para me empurrarem no término do folguedo e quando me impedem a pronunciar meus pensamentos, sei de tudo, mas prefiro por enquanto guardar meus segredos enquanto eles se divertem e eu preso nesse sistema educacional não posso me alforriar </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New'; "> </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New'; ">das amarras documentais e vigilantes desta instituição; Então és um pequeno artista, esperando a fase infanto-juvenil ser dissipada; Não, sou como este casulo no cume da árvore, consegue ver; Sim , perfeitamente... Então o que espera é o desligamento de suas origens; Espero o desabrochar de uma nova consciência em que todos me tratem como igual; Mas você mesmo se difere dos outros; Ouça, eu sou diferente e já tenho essa noção, desde sempre, mas não é um sistema como esse que irá me adaptar , minhas acomodações são mais primitivas; Ninguém é igual a ninguém e se são primitivas por que espera muito em troca destes fedelhos; – argumentou a professora em busca de um apoio - </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New'; "> </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New'; ">Porque eu ainda acredito no mundo e na mudança das estações, e enquanto ele gira, dessa árvore sem frutos me acalento, e aquela senhora solitária busca o mesmo que eu, por isso me identifico com ela, que da mesma forma teve os anos corrompidos pelo tempo e as amizades conchavadas; Mas você quer ser como ela ou acreditaria que somente no nascimento de um novo sentimento ressurgiria a tão sonhada paz interior; Quero ser como ela, mas só que diferente, quero desabrochar do cume dessa árvore infrutífera e vociferar ao estado o tamanho do meu desânimo, pois eu sei que existem outros tal como eu, como aquele menino ali por exemplo, na soleira, esperando a mãe depois de levar uma surra dos coleguinhas, ele é um de mim que por hoje não conseguiu a liberdade de escolha mas sim a segurança paterna, ele estará com os pais ou a empregada bem antes do sinal tocar, o que é um alívio; E você assistiu a tudo de camarote, por que não ajudou seu amigo; Porque estou em desvantagem e é sobre isso o que eu estou tentando lhe explicar, estamos agindo sozinhos, enquanto o mundo não parar para refletir o degrau em que estamos, e eu continuo naquele cume daquela árvore professora, esperando os segundos passarem lamentavelmente; BANG! Já está na hora de voltar para a sala; Primeiro a senhora; Vou entrar junto com você, pois acredito na sua mudança, mas só quando sua nota melhorar; Ah, isso só quando o tempo me bastar e essa tempestade</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New'; "> passar.</span></p><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New'; ">_______________________________</span></p><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New'; ">Confiram nos "Imputáveis", "Molho Mulher", CLIQUE <a href="http://osimputaveis.blogspot.com/2011/10/molho-mulher.html"><b>AQUI.</b></a></span></p>Átila Goyazhttp://www.blogger.com/profile/16963391407023522157noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-8629864489042718432.post-89564861447093078862011-10-29T11:03:00.001-02:002011-10-29T11:05:21.538-02:00O último parágrafo<p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New'; ">Havia uma estrada no deserto, e nela foi posta a decisão de ser seguida à risca sem interrupção. Necessariamente para tudo existe uma estrada. Se esta está bloqueada ou em obras é fatídico dizer que só o tempo teria posse dos tijolos para uma reforma construtiva. Se esta estagnou ou uma grande cratera se abriu é porque de dentro dela não se pode atirar, declinar ou tapar buracos. Aprofundar cada vez mais para o centro da terra é ir direto a caixa de pandora ou até mesmo ao eterno caixão. É temeroso, é incerto, e esta falta de obrigação e curiosidade lhe implica um erro: a culpa.</span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:"Courier New"">Seus tiques se tornam cada vez mais tortuosos e sua chamada já não é contínua, você defasou, você contribuiu para a morte de centenas de pessoas quando atirou a palavra nula ao vento, você silenciou estes versos que agora são um presságio.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:"Courier New"">Dito isto e implicitamente ofendido eu fico a mercê da inquietude de sua alma não levantada ou primariamente sucumbida ao inferno. Não que o inferno seja aqui nesta terra – e se realmente é, graças a Deus, iremos passar por isto junto, ao relento–. O presente de cada dia está lacrado e corrompido pelo desejo de ser ‘o dia final’ fatal para a raça humana. Sabiamente você desgastou esta pedra mimosa, mas não a moldou como deveria. Você apenas arranhou mais um disco que está em extinção. Palmas pra você que agora está mudando o mundo; palmas pra platéia que agora está em silêncio escutando somente a sua voz enfraquecida e com baixa frequencia. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:"Courier New"">LEVANTE, seu energúmeno. É isto o que a platéia mais espera de você: o seu ato mais louco, o seu melhor rabisco ou pelo menos a <span> </span>caligrafia redonda sem erros de concordância. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:"Courier New"">Seriamos escolhidos para um novo tempo se este ajudasse a trabalhar os defeitos da alma e da ignorância. Inquietude e solidão andam juntas e o amor jamais é conquistado sem as pedras pelo caminho, que é deserto. E você pra isto tudo? Nada, nem um oásis sináptico. E eu que só descrevo e prefiro ficar na estatística, mais um texto pra ficar datado in loco. Deixe sua estatística e sua matemática financeira de lado, vamos gastar o verbo e alimentar esse mundo suburbano podre. Temos litros de lama para serem arremessados nas varandas dos intelectos, temos a placa mãe e até ela ser reconfigurada tem-se a conexão das classes de amigos e as amizades cibernéticas. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:"Courier New"">Mesmo que desta vez seja eu a parte embaraçada não é engraçado e nem um pouco hilária essa fase ociosa e melancólica. Nunca fui engraçado, nunca pedi licença pra entrar nesta sociedade poética e nunca dei baixa em nossos produtos supremos. Não sou caixa, mas fecho as contas e percebo que desta maneira tudo o que indica é o final de uma dívida interna, interiorana e egoísta suprimida por nossas ganâncias. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:"Courier New"">Como somos fracos, como nos ajuntamos em grupos pra sermos uma unidade, e isto se aplica diretamente feito vacina para todo o mundo.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:"Courier New"">Mesmo que eu, neste momento, deitasse, fechasse os olhos e fosse dormir; dormir é ficar parado e isto emplacaria do ócio ao osso. O osso que foi construído no feto foi feito para o músculo, o trabalho de inventar um movimento ginástico e ser aplaudido pelo acorde perfeito foi feito para o técnico. Digo mais uma vez que não quero ser julgado, nem defendido, muito menos quero algum comentário calunioso sobre meu pensamento.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:"Courier New"">Só sei que não se faz o pão sem a farinha e o fermento, só sei que aprendi a escrever na escola; e a ralhar mesmo aprendi com a vida que sempre será justa para poucos aventureiros – aqueles que chegaram até o escuro e conseguiram ligar o interruptor do medo. O medo está sob vigia, guardando sua prosperidade. Você com medo não é nada, não vale nada, nem mesmo este texto valeria de algo se nele há o medo. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:"Courier New"">Chegue mais perto da escuridão, desça as escadas sem corrimão, toque a caveira interna e lute contra as pragas de Deus, não tenha medo, não, nada está em julgamento sem um advogado de estado de espírito elevado. Sinta o prazer de ser a chacota da semana e preste atenção nas imundícies das carnes alheias. Só não rejeite estar neste inferno, pois ele será sua passagem para o êxtase, quando na felicidade eterna uma alma se apodera de glória, ou duas almas se encontram em perfeita sinergia. Estas sim são aclamadas com o anel do esforço em grupo.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:"Courier New"">Banalize o que é verdadeiro e tente tirar algum proveito de sua miséria, se encharque de suores e trabalhe para o trabalho com a força de um nobre operário. Não se opera milagre com os velhos tempos. O passado foi passado prá trás. O novo agora é sublime e difícil de ser explicado. O choque entre os planetas de seus xacras e o turbilhão de informações não regulamentadas são preciosos, mais preciosos e privados, mesmo sendo criados pelo lixo eletrônico, não deixem que as palavras sejam marcadas e retiradas pelos mais potentes antiquários. Estes lutam pela etiqueta enquanto os vícios se apoderam do orgulho normativo de suas letras.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal"><span style="font-family:"Courier New"">No mais, este é somente o último parágrafo.<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family:"Courier New"">_______________________________</span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family:"Courier New"">Confiram nos "Imputáveis", "A Família Laranja ou os laranjas da família", CLIQUE <a href="http://osimputaveis.blogspot.com/2011/10/familia-laranja-ou-os-laranjas-da.html">AQUI.</a></span></p>Átila Goyazhttp://www.blogger.com/profile/16963391407023522157noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-8629864489042718432.post-4731576812766594642011-10-15T23:56:00.004-03:002018-10-26T15:01:49.081-03:00Risco Sanitário<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Por favor, insira o número de série na tarjeta e espere por dois minutos. Aguarde mais um tempo e se for necessário pegue o seu café. O momento de hoje é pra ser vivido em uma sequencia valiosa, ininterrupta. Não odeie a chuva, pois não temos lona, nem declare seu amor pelo céu nublado, pois você vai passar pelo escuro e acredito que verá a luz. Não se esqueça de guardar o número de protocolo que vai sair após o bipe – BIPE!-. Se não ouviu o bipe, pegue uma nova senha e aguarde na fileira de cadeiras perto da porta azul. Sente-se numa carteira vermelha. Se você pegar no lápis, escreva um testamento, pois o lápis foi feito para. Se estiver indeciso quanto a carteira fique de pé e espere o chamado; mas assim você não será convocado de forma rápida, você precisaria de um intercessor, por isso não olhe para as estátuas, elas roubam sua vitalidade. Vênus de Milo está com os braços dormentes e está se sentindo mal, por isso mesmo foi amputada.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Em caso de dúvidas vá ao guichê de informações e pergunte somente o necessário para não ouvir berros ou bobagens. Cuidado, não sente na sala de seringas; é perigoso; elas ainda não estão estéreis. Se você quiser, poderá esterelizá-las com seu grito, mas se você gritar um tom abaixo do determinado a caveira do escritório anatômico vai perder mais um osso e ruir. E olha que ela já está deficiente. Muitos de vocês pacientes já fizeram serviços errôneos, e é por tal motivo o número intenso de indigentes no necrotério. Se você por algum acaso encostou o ombro na parede vermelha faça o exame de sangue com urgência. Muito provável você será classificado como POSITIVO ou INFECTÁVEL. Se isso ocorreu, um novo vírus se espalhará pelo seu corpo em frações indeterminadas de segundo, pois o vírus é novo e as pesquisas ainda não foram feitas acerca de sua contaminação.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Aquiete-se, não tussa e não espirre na frente das bonecas, as crianças agradecem a preferência. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">A porta deste estabelecimento está fechada e todos os que estão dentro provavelmente se contaminaram. Por efeito colateral você tem fome. Você vai pedir um quibe na lanchonete, justamente porque é o único salgado do lugar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Das vantagens adquiridas é que você poderá percorrer por todas as alas, sem restrições e imunidades; aqui não separamos por sexo ou especialidades; podemos ver o parto de gêmeos, a operação de fimose após o parto e até mesmo a imundice amarelo-esverdeada do primeiro cocô. Você está para ficar doente, aceite. É como um tour ou um estágio, quem sabe você vira doutor em geriatria ou um ilustre psiquiatra.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Você poderá encontrar da criança ao velho e comunicar com eles, mas tente fazer isso de boca fechada, você já sabe libras? Se não sabe existe um local para. É mais ou menos como um corredor onde os mímicos dão gargalhadas pelas mãos, talvez você aprenda alguma piada e arranje uma namorada, talvez você seja uma piada e vague sozinho pelos corredores vazios. Os quartos estão lotados e são salas limpas. E se você apresentar liderança poderá moldar a sua forma este local no qual existe de forma descritiva e padronizada: Três camas por quarto, sendo um beliche e uma cama de solteiro. A cama de solteiro geralmente fica para o vice-líder e a beliche de cima para o dono do quarto. Você provavelmente não possui boa oratória, pois para isso existem cursos e a aptidão, que você não possui. Ainda não sabemos o seu talento ou não o escolhemos ainda. Então, por critério darwinista, você ficará no beliche de baixo. Cuidado! Se seu líder for muito gordo ele pode cair em cima de você enquanto você está dormindo. 5% das mortes desse lugar aconteceram dessa forma, pois não existe nenhum mecânico para apertar os parafusos dos beliches. A comida é boa e palatável ao menos; foi escolhida pelos melhores nutricionistas. E o setor de comidas está abarrotado de refeições. Diga-se de passagem, estas refeições estão sendo analisadas por uma indústria farmacêutica a fim de controlar o risco dos infectados, de forma a amenizar a causa do contágio por alimentos. Tudo isso é feito por um estudo duplo cego, em que nenhum paciente sabe se está ou não sendo medicado. E posso dizer que o efeito Placebo realmente acontece, em uma proporção de 4:1, pra ser mais preciso. Muitas das vezes se topava com pacientes acamados e bem alimentados. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Passando até o último corredor, a saída de emergência é uma porta negra. De dentro dela, ninguém podia ser visto, pois um montante se colocava em fileira.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">De dentro da saída os médicos que sangravam pelos olhos aplaudiam os enfermeiros que amarravam na cama uma pobre senhora, vítima da peste negra. Este quarto escuro tinha como símbolo uma caveira. Não era difícil fazer a ligação entre a caveira e a morte. Pois os médicos já estavam em um estágio de atestado para a morte, enclausurados naquele quarto de escape onde se lia em aviso vermelho “Não entre se quiser descobrir o que a verdade lhe espera”. Ao lado dos dizeres, vários gatos miavam e ronronavam nos pacientes enfileirados. Você percebe a diferença de ambiente e se toca que aquilo é a libertação. Então você entra na fila.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Espera por horas, e percebe uma gritaria contínua dentro da sala. Um desespero que agonizava e era mesmo a melhor de todas as melancolias. A melancolia da morte. Sem a senha, desta vez você entra, porque pra morrer não é preciso de senha. Os médicos vaticinam o seu destino com a dose mínima de veneno. Enfermeiros te amarram numa cama. Você grita. E em poucos minutos tudo para. É sua Morte.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">___________________</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Confiram nos 'IMPUTÁVEIS' "Sites sobre ti". Clique <a href="http://osimputaveis.blogspot.com/2011/10/sites-sobre-ti.html">AQUI</a>.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "courier new"; font-size: 12.0pt;"><o:p> </o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<o:p> </o:p></div>
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<o:p> </o:p></div>
Átila Goyazhttp://www.blogger.com/profile/16963391407023522157noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-8629864489042718432.post-12966792848929622712011-10-08T19:02:00.003-03:002011-10-09T07:13:47.741-03:00A Fome<p class="MsoNormal">Bom, essa música é antiga, mas resolvi postar hoje. Espero que gostem!</p><p class="MsoNormal">_________________________________________________________<br /><embed src="http://www.4shared.com/embed/831269925/b5c8b8fc" width="320" height="20" allowfullscreen="true" allowscriptaccess="always"></embed></p><p class="MsoNormal">A Fome</p><p class="MsoNormal"><br />A fome que mata a fome<br />Aquilo que a gente come<br />E basta, engasga o corpo<br /><br />A fome que embala o berço<br />A fome que move o terço<br />E afasta o mal do homem<br /><br />A fome primata<br />A fome que causa dor<br />A fome ingrata<br />A fome de bem senhor<br /><br />A fome de apetite<br />Até que o estômago apite<br />E acabe o cigarro, o maço<br /><br />A fome prima da morte<br />Que quando nos falta sorte<br />Você como alimento<br /><br />A fome é parceira<br />Da casta gente de grana<br />A fome é primeira<br />Na casca subsaariana<br /><br />A fome de sentimento<br />Do livre conhecimento<br />Por onde atravessa a ponte<br /><br />A fome dor humanóide<br />Que vez se vê no tablóide<br />Causando temor aos montes</p><p class="MsoNormal">_________________</p><p class="MsoNormal">Confiram nos 'Imputáveis', <b>'Memória Checkup'</b>, Clique <a href="http://osimputaveis.blogspot.com/2011/10/memoria-checkup.html">AQUI.</a><br /><br /></p><p class="MsoNormal"></p><p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span"></span></p><span class="Apple-style-span"><o:p></o:p><p></p></span><p></p><p></p>Átila Goyazhttp://www.blogger.com/profile/16963391407023522157noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-8629864489042718432.post-3769029796338234522011-09-29T13:22:00.019-03:002018-10-26T14:59:04.886-03:00Geração baba de animais<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">O cão passeando com a dona. O cão procura lugares para demarcar espaço com seus líquidos e sólidos fisiológicos, o cão pensa como cão e por isso <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_0">fenece</span> ao lado da dona que como dona floresce em pensamento:<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">'Estamos no caminho, inteiros, acorrentados, bufando para o dono do crédito soltar o cordão umbilical que nos une a um só pedestre de calçada estreita, enquanto eu troco de braço sua coleira, você parece não se importar com minha comodidade, mesmo sendo meu melhor amigo. Por isso mesmo nos esbarramos e dividimos nossas sarnas. Do ponto de <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_1">taxi</span> à rodoviária, nunca se sabe o que o motorista andou tomando na noite anterior, e só se sabe do cão interno que vive dentro de seu táxi, afunilando as saias das senhoras; e da sua viajem, a do táxi - viajem que só se nota a proeza dos <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_2">projetos</span> trabalhistas de arrecadar <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_3">verdinhas</span>. <o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Intui que ela – a geração Y, motorizada - mostre-se importante e necessária; por isso, como exemplo, os motoristas desta classe não são assalariados por sofrerem graves acidentes, muitos destes pensam que a vida é um jogo, e procuram receber fichas como num <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_4">póquer</span>, muito mal pagos por sinal. Enquanto seguro minhas rédeas e afrouxo um pouco a corda do cachorro para dar vazão a fauna urbana paramos em frente a uma esquina.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">O fato de a esquina estar esburacada não delimita minhas habilidades <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_5">sincronistas</span> de geração X , nem deixa de lado a minha <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_6">característica</span> como mulher que sufoca o peito dos assalariados todos os dias na estrada do motel estrada; ah, os bêbados... onde estão suas mulheres se não na cozinha ou até mesmo no vizinho. <o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Não se sabe o destino final para minha profissão – a do lar -,mas o fato de carregar um cachorro faminto pela liberdade é importante para o seu dono, meu marido. Acredito na <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_7">aposentadoria</span> das classes e no aumento da verba para as classes mais <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_8">significativas</span>, a tudo isso concluo de olho no corrimão do elevador e no ouvido aguçado da estação de rádio Ipanema. <o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">E assim somos, por mais simbolistas de <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_9">araque</span>, somos almas <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_10">gêmeas</span> <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_11">geracionais</span> subindo níveis. Da maneira que vier na conta corrente, com saldo premiado no <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_12">contracheque</span>, liquidamos todos, e sabemos que o licor é mais caro que qualquer <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_13">Wisky</span> paraguaio. Mas mesmo miúdos e anabólicos, somos uma banda numa bomba de <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_14">bumbos</span> composta por barítonos e tenores afagados pelo desabrochar das flores vermelhas; tortuosas flores que me causam <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_15">psoríase</span> psicológica e fadiga craniana. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="font-family: 'Courier New';">O cão não se aquieta ao chegar em casa, parece que vai ter um enfarto enquanto eu cheiro as pétalas vermelhas da sala sob um iminente efeito bola de neve, que não dormirei bem esta noite já se sabe ou se duvida por parte dele</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New';">, culpa de meu <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_16">narizinho</span> em pé endividado com o sistema financeiro. Ouso até a retirar o cartão de crédito azul, como o nome dele, o senhor compra tudo o senhor '<span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_17">Au</span>'.</span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">E Se uma destas flores desenhadas no encarte fossem azuis? Jamais meu cão atacaria o verde das montanhas e o gramado da sala, jamais as lavas ou pedregulhos quebrados pelo raio da sumidade seriam coladas como vasos chineses quebrados; eu retiraria das raízes da varanda os <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_18">brotos</span>, assim que ele defecasse no local. Esta habilidade é <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_19">circunstancial</span> e animalesca, assim como a arte humana e canina de cavar buracos. <o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Tantos são os que somos que seria impossível colocar os nomes de cada ato aqui, mesmo existindo um intermédio de organizações federais e de <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_20">interrogatórios</span>, mesmo existindo a amizade entre pedreiros e os assobios em minha <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_21">direção</span> enquanto estendo a minha roupa.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">E se por vezes nos deparamos com uma <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_22">psoríase</span> craniana, não coçamos. Procuramos pentear os cabelos, numa forma de conter os óbitos diários em <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_23">consequencia</span> da linha da vida. Os piolhos fogem se não <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_24">ativados</span>.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Vejo lojas e <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_25">butiques</span>. O fato do desarmamento cosmético é assustador, mesmo para os perfumistas.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Escrever este diário é assustador. Ao menos é um alívio para a mente fazer uma nova escritura de autores mercenários ou talvez consagrados, como se estes fossem indispensáveis ao trono dos cento e vinte anos de cadeira literária. <o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Só o quilo do que somos já valia o rodopio das notas e dos avisos digitais sonoros; e somente o pingo e o <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_26">porre</span> seriam capazes de nos destruírem nos bares de enlatados alcoólicos que vejo nas placas, mas se o pingo pinga demasiado e o <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_27">minotauro</span> do comércio se afaga, é porque os cavalos são incapazes de quebrar um copo com seus mijos incertos que encharcam os pés inflamáveis, os indigentes <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_28">secundaristas</span> e os donos de casa estão em <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_29">complô</span> contra nós - as éguas e os <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_30">publicitários</span>. <o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">E nem a chama mais potente do centro da terra aturdiria as fantasias deliciosas que jorram de nossas babas; e nem o pingo da nuvem principado pelos deuses <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_31">estiaria</span> nossa tempestade de letras incertas. Não somos os únicos a estatelarem os dedos pelas frontes de batalha comercial e a queimarem na porta do escritório um vestígio de cinza. Não somos os únicos a almejarem as bolsas auxílio e a quebrarem alças. Não somos os únicos necessitados, somos rainhas perdidas no tempo cercadas por <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_32">alcatéias</span>.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Não estamos no ano certo e se estamos é porque devemos o acerto do ritmo; os pássaros cantam melhores que as gralhas e nem por isso elas se deixam levar pelo uniforme negro de suas penas, assim como os gatos pretos que conquistam qualquer um, mesmo sem o guiso, é seu pelo preto que foge pelas estradas. <o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Estamos no século errado e há <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_33">controvérsias</span> de que estamos vivos. Mesmo de olho nos hospitais e clínicas, a área médica nunca será a mesma e saúde de hoje se conserva na lata e no giro das ampulhetas. Isso sim, uma guinada, formataria a longevidade de nossas células tronco como milagre.<o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Da marca só tenho mesmo meu sobrenome “<span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_34">Ellois</span>”. A geração Z pensa que está no comando, e nem somos tão belos quanto seus <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_35">colírios</span>, e nem queremos ser. Parece que a guerra começa pela beleza exterior e que precisamos massacrar e dominar as frentes de nossa ânsia <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_36">majoritária</span> de engrandecer e atingir a maioridade.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Agindo feito creme escamoso recolho a merda do meu cachorro - ou feito óleo lubrificante arredado - usando sacolas não <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_37">biodegradáveis</span> e propondo um rejeição a reciclagem. E se o cão usa de orifícios para a comunicação demarcada, eu sou a tapa buracos, que, juntando a prole <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_38">coliforme</span> fecal com o meu sangue aproximo-me ao sentimento dos animais enjaulados. <o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span class="Apple-style-span">Enquanto isso o vento coagula nossas montanhas e espalha nossos erros. E é com o vento que necessitamos do fluxo congruente das diversas fronteiras. Com ele, o latido do cachorro se espalha, passando do ponto principal do apartamento à galeria de uivos atacados por lobos domésticos. Sejamos então atacados por rações e indústrias veterinárias. Nossa tribo é uma só e nossa tropa nunca será vencida. De acordo com nossos pais, somos os pais do nosso país.</span><span style="font-family: 'Courier New';"> </span><span class="Apple-style-span">E somos. E somamos. E sabemos do <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_39">extrato</span> e das dívidas. E dividimos nossas dúvidas em partes iguais que necessitam de <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_40">guichê</span> de informações mundanas, de modo que a ruptura de acordos causaria a quebra de valores morais. A ruptura de um casamento destruiria a fidelidade canina. Dos valores de família aos valores da carne, da ração do cachorro ao esterco; da galinha ao urubu; estamos tentando fazer as pazes; Fugimos do terreiro feito galinhas d’<span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_41">angolas</span> e vamos até a igreja para morder uma pata de esperança das unhas do clero, assustando pombos. </span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_42">Maquineístas</span>, prendemos os pássaros e jamais acertaremos os ponteiros do tempo<st1:personname productid="em prática. Mesmo" st="on">. Mesmo</st1:personname> que a união das aves esteja em calmaria; mesmo na estabilidade das cores e no entendimento das mesclas que piam; mesmo que o furo seja rompido com alfinetes cirúrgicos e os pontos refeitos a dente e a nós. Mesmo com o molde da dentadura mordicamos o <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_43">chiclete</span> que limpa nossa arcada dentária e não o jogamos no lixo; engolimos o esperma da sociedade e das novelas e impedimos a derrota de um sistema em crise global. Erradicamos a fome de conhecimento sem a qual os livros não existiriam em <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_44">papéis</span>, e damos esmola aos mendigos, na verdade, doamos nosso dinheiro de outras épocas: os cruzados. <o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Empregamos o verbo e procuramos empregos, alguns mais rentáveis, outros só para adquirirem o sossego das aulas temáticas. Já outros <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_45">projetam</span> a <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_46">inteligência</span> dos reinos em <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_47">xadrezes</span> há longas décadas, e muitos outros esperam a reposta para o engarrafamento dos gases nos refrigerantes estimulados por moléculas que nos tornam dependentes da marca que cola. </span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Se todos somos irmãos, a briga é séria, mas nem por isso necessitamos de armas biológicas. Basta um afago, um <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_48">afeto</span> e uma atenção prévia por parte do governo e de nossa mão, de nossa mãe presidente. <o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">As dores de cabeça cessarão quando enfim o analgésico for deixado de lado em uma <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_49">vitrine</span>, e realmente ser entendida a nossa doença, o mal social.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span style="font-family: 'Courier New';">Os exames sim, serão preciosos, sempre, pois eles nos colocará <st1:personname productid="em parâmetros. O" st="on">em parâmetros. O</st1:personname> exame nos guiará como enxames de abelhas, e deles virão o mel e a melhoria. E a respeito das misérias de cada um, proponho um debate: Que as propostas e os controles e as coleiras e as gaiolas e as prisões e as desavenças sejam banidas. E que as promessas e os <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_50">projetos</span> e os parceiros e as porteiras sejam abertas e escancaradas no momento certo. Enfim, quando o mundo estiver preparado para a guerra silenciosa do amor ao próximo</span>, amaremos.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Neste momento estou indo comprar ossos sintéticos em um <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_51">disk</span> <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_52">pet</span> <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_53">shop</span>, senão o bicho vai aguar.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">______________________________</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Confiram nos 'Imputáveis' <b>"Tempo <span class="blsp-spelling-error" id="SPELLING_ERROR_54">Chiclete</span>"</b>, clique <a href="http://osimputaveis.blogspot.com/2011/09/tempo-chiclete.html"><b>AQUI.</b></a></span></div>
Átila Goyazhttp://www.blogger.com/profile/16963391407023522157noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8629864489042718432.post-11250626062064674212011-09-13T18:37:00.006-03:002018-10-26T15:02:43.421-03:00Placebo Crítico<div class="MsoNormal">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Era tarde quando os pais daquela família simples chegavam em casa, cansados do trabalho, porém sedentos de vida. Ao anoitecer a menina mais nova acabava de sair de seu quarto, pois nele guardava um segredo, segredo de menina nova. Ela ouvia o barulho do ranger de cama no quarto vizinho- e ela ,pela maior curiosidade tentadora, foi até o fim, atravessando o corredor escuro da casa. Os irmãos da criança sim, sabiam da situação e que a cama só andava a noite porque duas pessoas se amavam. Vá deitar, já está tarde, é o que dizia a irmã mais velha e ajuizada antes de fazer o bochecho noturno e ir dormir – ela, a irmã mais velha, tinha acabado de praticar sexo oral, e como a criança era sua irmã mais nova, ela – a mais velha- impedia-a de ver a cavalgada humana pela fechadura. Dessa forma salvava a inocência da caçula além de alertar sua superioridade com beliscões e solavancos, Isso são horas de criança ficar acordada? Já pra cama! Ela, a mais velha, caminhava calmamente até o banheiro para um bochecho noturno, a limpeza dentária simbiótica da jovem despudorada, o flúor como dedetizador semiótico.<o:p></o:p></span></div>
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<span class="Apple-style-span" style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">O namorado da garota bem sabia que estava metido em encrenca, seguia receosa a idéia de pular pela janela e enfrentar os espinhos das roseiras da avó materna da família, que alias protegia seu quintal por meio de fios; dizia a velha que os fios afugentavam os ladrões – na verdade era a própria natureza viva que puxava os fios e o Sol se dava conta de abrir o caminho para as folhas, especialmente as amarelas. Muitos pássaros foram contemplados com casas de feno durante a criação daquele quintal, muitas aves também com tocas de aço e estas com seus ovos já nascendo com o estigma de ferro: mais duros e poderosos, daqueles ovos vermelhos mais caros de armazéns mesmo, poucos centavos que a velha adicionaria no caixa, porém boas economias. <o:p></o:p></span></div>
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<span class="Apple-style-span" style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">As lagartas aprendiam a tecer a seda entre as folhas de plástico que mimetizavam o cenário fantástico no qual o garoto se encontrava- tendo em vista que, de primeira impressão, estava totalmente desnortado-, colocando no contexto as formigas lava-pés que o tinham visto como invasor – este feito foi clássico, dizia que a avó da garota se dava bem com balas e sabia dominar os bichos sem levar a famosa ferroada, daí o mundo não seria feito sem a velha sabedoria anciã, a sabedoria dos chás e vinagres, até mesmo da acetona, como parlendas, Tome isso que serás curado, e não discuta, apenas sirva-se do ungüento.<o:p></o:p></span></div>
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<span class="Apple-style-span" style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Uma vez essa senhora fez uma receita mística: primeiro tomou seu gole de café e deixou o restante pra os mortos – uma pequena borra circular ficou gravada no copo e validando o infinito de seu poder para com estes insetos, ela resolveu por em prática sua simpatia. Depois de mascar um chiclete – para tirar a carne do dente - até que o açúcar se acabe, ela fez uma bolinha do chiclete insípido e branco com suas mãos microbióticas e colocou sobre a borra de café com o fundo circular. Na segunda parte da simpatia ao invés de uma mera frustração, ela se masturbou, lembrando sempre de seu finado esposo canalha, de modo que o líquido ainda que por menor nutracência possuísse, ainda podia ser classificado como energia da alma- colheu todo o líquido em um algodão, novamente fez uma bola com as mão repletas de bichos microscópicos (micróbios) e colocou sobre a borra de café com fundo redondo; antes tinha uma última prova mística a ser cumprida. Ela tinha recolhido o sêmen de um adolescente jovem – este mesmo do texto, o garoto -, dentro de uma camisinha; dizia –se dele infértil, segundo a família do garoto, que era religiosa. E como a dona senhora trabalhava em uma clínica de fertilização <i>in vitro</i> e, pelo mais secreto detalhe, queria ter netos, foi tarefa fácil convencê-lo a uma bronha. <o:p></o:p></span></div>
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<span class="Apple-style-span" style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Mas para essa etapa do feitiço, foi diferente. A senhora desatou os nós da camisinha e passou nas mãos, feito creme, de modo que algumas petéqueas apareceriam durante os últimos três minutos de ensaboamento espérmico. A dona pegou o papel higiênico e limpou, esfregando o papel nas mãos rubras ate que a psoríase cessasse. Então ela imaginou que os espermatozóides mais resistentes aderiram ao seu tecido epitelial frouxo. E como a senhora limpou as mãos com um papel higiênico, a terceira parte da simpatia estava pronta. Fez uma bola, limpou as mãos e colocou sobre o copo com a borra de café redonda de modo que a tríade açucarada estava formada.<o:p></o:p></span></div>
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<span class="Apple-style-span" style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Durante alguns meses ela colocava o copo tríade em locais onde as fotos de família se encontravam e analisava os insetos: As formigas se encontravam com o objeto vítreo e resolviam subir para analisar o conteúdo com aroma de cafeína. E por obra do destino, percorriam as bolas (algodão, chiclete e papel higiênico, passando a informação às demais, por meio de suas antenas). Curioso era que elas não saíam daquele mausoléu doce, não sabiam que aquela passagem não teria volta. A experimentação tripla de objetos neutros. Por isso mesmo não afugento, nem matou as que escapavam a favor do vento. Estas formigas abdicavam o formigueiro numa busca incessante por uma nova tríade vítrea ou uma verdade absoluta, ou mesmo se tornaram viciadas em cafeína – mas, um labirinto estava formando, pois a informação jamais era passada para as outras formigas, e assim elas, minuciosas, amadureciam naquele jardim de informações. As lagartas famintas, muitas vezes sendo vítimas destes animais quitinosos e ágeis - diga- se de passagem, as formigas que informavam tríade -, eram hipnotizadas pelo mapa solar daquele jardim, por pura trama verde das folhas de plástico da senhora. As aranhas então, na cadeia alimentar, eram as costureiras, acostumadas ao trabalhar com costura e pontos nobres de entrelaçamento, pois recolhiam como reféns as formigas e as lagartas, de modo que as lagartas, não conhecedoras da tríade, deixando bem claro que uma lagarta somente reconheceria a cafeicultura se antes se alimentassem de formigas iniciadas, ao contrário disso, morriam devoradas por aranhas; e se tudo desse certo na vida destas lagartas, a tríade de insetos se formava para um bem maior, capaz de adquirir uma pterigose - pares de asas para aqueles que discordam da terra e preferem o voo.<o:p></o:p></span></div>
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<span class="Apple-style-span" style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">As lagartas conhecedoras da tríade viravam belas mariposas, as aranhas ajudaram com o seu tecido, tramando a feiúra com multiolhares. As aranhas sabiam classificar bem os animais que iriam ou não alar naquele jardim em busca de outros campos menos polivinílicos e mais naturais; pois segundo suas oito patas, a sumidade de andar sobre as águas provêm das azas que ela não possui, por isso mesmo a aracnídea equilibra-se sobre a água por simples e físico peso e distribuição corporal, dotada de extrema inteligência e conhecimento secular; e mesmo assim, elas como nobres tecelãs sabiam dar azas aos animais corretos para o intento de correio de boas vindas. <o:p></o:p></span></div>
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<span class="Apple-style-span" style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">E assim a mensagem ia se passando, aprovada pelos seres sábios, da forma que uma formiga descobria a tríade e uma lagarta comia o verde e uma aranha vestia, desta forma, secretamente as mariposas brancas nasciam.<o:p></o:p></span></div>
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<span class="Apple-style-span" style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Pelo menos naquele jardim pisado pelo garoto virgem, as mariposas eram brancas. Não que existissem as mariposas negras, ou que as negras fossem más. A verdade é que eles, os insetos do jardim, não sabiam da existência das outras, que passeavam por aquele bosque residencial. Verdade era que: uma mariposa completava a outra. As mariposas negras seguiam por jardins contrários e feridos, isso tudo pela indicação da mentora, a aranha – por isso mesmo as mariposas polinizavam rosas vermelhas, pelo fato de estar em constante busca pelo amor branco.<o:p></o:p></span></div>
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<span class="Apple-style-span" style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">No outro jardim um senhor brincava de enlaçar fios de alta tensão com cores diferentes na sua roseira, por esse motivo, obtinha as mais variadas cores <i>florís</i> além de insetos mais amadurecidos- certa vez uma mariposa preta clandestina ficou vislumbrada pelo fio fita vermelho e resolveu arriscar-se; também no chuveiro do ancião o fio vermelho estava chamativo, ‘mas não encoste’ gritava sua consciência tríade, ‘o fio terra é para a terra e nunca a terra dos alados para o fio’- excetuando se os pássaros que possuem uma resistência elétrica nas patas, raros casos de óbitos aliás eram as notícias que se transmitiam pela frente das aves. Estas mariposas vedavam a arte do fio terra e não se machucavam, assim como as aves, como por exemplo: a ducha otimizada durava dias sem manutenção e o chuveiro do moço ancião só dava defeito quando uma mariposa - desconhecida da tríade - se aventurava. Estas mariposas lutavam contra a energia para não caírem sobre suas cabeças uma descarga elétrica.<o:p></o:p></span></div>
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<span class="Apple-style-span" style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">O menino agora levantava do formigueiro e punha as mãos nos pés – esquecera seu chinelo e sabia da arte secular de dançar pé a pé para não ser picado. Antes tivesse álcool e tacasse fogo naquele quintal, ou menos uma seringa de querosene para adentrar o formigueiro dos insetos amareleceria as coisas. Enquanto isso era pensado, uma mariposa branca pousou sobre o seu nariz, e foi aí que ele percebeu que o vizinho teria tudo arquitetado para sua saída pela tangente. Velho sempre tem espingarda <st1:personname productid="em casa. Pois" st="on">em casa. Pois</st1:personname> ele não desistiu. Subiu em um pé de mexericas e avistou as plantas do lado mais verde. Nisso seu amor trocava de roupa. Ele teve medo, que o descobrissem naquela árvore, mas mesmo assim, roubou do jardim uma mexerica pocam e ficou observando a movimentação humana daquele lugar. <o:p></o:p></span></div>
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<span class="Apple-style-span" style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">No primeiro gomo ele viu a senhora preparando o café, sentiu uma vontade enorme de descer e bater na porta, como se pra ele, entrar pela porta da frente fosse algo convidativo e menos perturbador- deixando bem claro que a senhora tinha um apreço enorme pela filha, o que, para ele poderia ser uma chance em 7 gomos. Deixou esse pensamento pra trás cuspiu três sementes e enfiou outro gomo goela a dentro.<o:p></o:p></span></div>
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<span class="Apple-style-span" style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"> Dessa vez ele viu pela janela a menina, sua amada, a pentear os cabelos loiros em frente ao espelho, moça faceira e atrevida, um vestido de sabe-se-lá-o-quê vermelho, desfilando se corpo escultural – ele <i>voyerizava,</i> mas mantinha a cautela de espião com medo da espingarda do velho ou da má palavra que possivelmente seria vociferada pela velha, ora vigiando a senhora – que agora estava no hall de entrada da casa regando narcisos – ora admirando a beleza da menina e ora protegendo a sua retaguarda; no meio desse transe ele deixou 3 gomos de mexericas caírem no chão.<o:p></o:p></span></div>
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<span class="Apple-style-span" style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Uma formiga perdida encontrou um dos gomos, e com uma força sansônica levantou e começou a caminhar com o gomo pelo jardim. A estratégia da formiga era a de oferecer tamanha grandeza laranjada à tríade, que agora dominava seus estímulos de formiga. O outro gomo caiu numa folha do pé de mexerica mesmo; a folha equilibrava o gomo, enquanto isso uma lagarta avistou aquela folha e resolveu comê-la, fazendo o gomo cair justamente em cima da formiga que procurava pela tríade. O assassinato da formiga messiânica fez com que todo o formigueiro se mobilizasse pra descobrir o tal assassino. No caso, a vítima, que já estava morta, nada tinha com a prisão da lagarta, a matadora, que estava acabando de ser presa. A lagarta já estava fazendo seu casulo, autoprisão fisiológica no tempo certo. O último gomo caiu sobre uma teia de aranha, e como o bicho de oito patas era esperto, não custou a envelopar sua teia ao redor do gomo, estava ela também a espera da tríade – e para ela tinha um tesouro; quem sabe se a tríade aparecesse, o gomo se libertava – a dona aranha pensava; mas ao invés disso, formigas se aproximavam cada vez mais de suas teias, e foram sendo aprisionadas, até certo ponto. Pois um turbilhão de formigas calhou na teia a procura do assassino, e a aranha, com medo, saiu e foi fazer outra teia em outro jardim, que não aquele, talvez o do velho ancião que morava ao lado.<o:p></o:p></span></div>
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<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><span class="Apple-style-span">Já era noite, na verdade madrugada, e o menino descia da árvore. Com a ajuda de uma trepadeira subiu até a janela de sua garota. Ofereceu-lhe um gomo de mexerica, no qual ela aceitou. O outro e último gomo o menino colocou na boca. Não se agüentaram e deram o beijo mais delicioso que já deram. Ambos virgens, se amando ‘e creio que para sempre’ foi o último comentário que tiveram duas mariposas em voo noturno, antes de morrerem eletrocutadas por um sistema anti inseto.</span><span class="Apple-style-span"><o:p></o:p></span></span></div>
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<span style="font-family: "courier new";"><o:p> </o:p></span></div>
Átila Goyazhttp://www.blogger.com/profile/16963391407023522157noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8629864489042718432.post-10905983210941537972011-09-04T15:48:00.004-03:002011-09-04T15:52:33.510-03:00Causa Mortis<span class="Apple-style-span" >Às treze horas</span><div><span class="Apple-style-span" >Uma das três Marias</span></div><div><span class="Apple-style-span" >Paria a sorte</span></div><div><span class="Apple-style-span" >
<br /></span></div><div><span class="Apple-style-span" >____________________________</span></div><div><span class="Apple-style-span" >Confiram nos Imputáveis "Más Rias" Clique <a href="http://www.osimputaveis.blogspot.com/">AQUI</a></span></div>Átila Goyazhttp://www.blogger.com/profile/16963391407023522157noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-8629864489042718432.post-37654202797814921752011-08-14T06:25:00.011-03:002011-08-14T06:48:48.396-03:00Manutenção PreventivaDigito com força<div>e a letra não sai mais preta</div><div>Digito com mais força</div><div>Penso em itálico</div><div>Em hebraico</div><div>Simbologicamente, claro</div><div>Também não penso</div><div>No amanhã</div><div>Se ele não chega é porque está atrasado</div><div>Lógico</div><div>Sempre odiei o tempo</div><div>Digito com mais força</div><div>Pra ver se algo muda</div><div>Uma tecla afundou</div><div>***</div><div>Chama</div><div>Preciso de fogo</div><div>Gasolina pro carro</div><div>Também preciso de </div><div>Grana</div><div>Urgentemente</div><div>Porque estou doente</div><div>Sem amor </div><div>Realmente estou doente</div><div>Eu não vivo</div><div>Sem calor</div><div>E ar condicionado</div><div>***</div><div>Não,</div><div>Quero apenas</div><div>Uma máquina de escrever</div><div>Pode ser um notebook</div><div>Um mp4</div><div>Não,</div><div>Porque estão fazendo isso comigo?</div><div>Essa cela é sem sentido</div><div>Não matei ninguém</div><div>E não sou bandido</div><div>Febem</div><div>Não,</div><div>passei da idade</div><div>Guilhotina</div><div>Ah, seria bom</div><div>A morte lenta?</div><div>Eu mereço?</div><div>desconheço qualquer juiz</div><div>Me ajuda?</div><div>***</div><div>Amarrado na cama</div><div>Impedido de sair</div><div>E necessitado</div><div>De calmante</div><div>Grito</div><div>Médicos </div><div>Na verdade enfermeiros aparecem</div><div>Não me movo</div><div>'Veia fácil'</div><div>'Boa noite.'</div><div>_________________________________</div><div>Confiram nos "Imputáveis" um texto denúncia, clique <b><a href="http://osimputaveis.blogspot.com/2011/08/amelia-maria-da-penha.html">AQUI</a>.</b></div><div>
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<br /></div>Átila Goyazhttp://www.blogger.com/profile/16963391407023522157noreply@blogger.com8tag:blogger.com,1999:blog-8629864489042718432.post-20977155948549010622011-08-07T14:26:00.009-03:002011-08-15T03:07:09.927-03:00DomingoPrimeiro dia<div>Dia de São Domingo</div><div>A Áustria adora os domingos</div><div>Assim como toda a sociedade asteca o sol</div><div>Mecenas que são</div><div>Itinerante Aquiles</div><div>Intercessor dos humanos</div><div>Faça valer a pena</div><div>Este dia medíocre</div><div>Da TV ligada</div><div>Às vídeo-cassetadas</div><div>Faça valer o pão</div><div>E a torradeira Tramontina</div><div>Surrucupiada pela vizinha</div><div>Quando enfim morávamos </div><div>No interior de minas</div><div>Cidade pequena</div><div>______________________________________</div><div>
<br /></div><div>Confiram nos Imputáveis, Um texto típico de domingo. Clique <a href="http://osimputaveis.blogspot.com/2011/08/anilina.html"><b><span class="Apple-style-span">AQUI.</span></b></a></div><div>
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<br /></div>Átila Goyazhttp://www.blogger.com/profile/16963391407023522157noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8629864489042718432.post-19943472265243082102011-08-01T09:56:00.007-03:002011-08-04T16:53:20.927-03:00Ouro de Tolo<p class="MsoNormal"><span class="Apple-style-span"></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-top:0cm;margin-right:2.85pt;margin-bottom: 0cm;margin-left:2.85pt;margin-bottom:.0001pt"><embed src="http://www.4shared.com/embed/701504897/88e9bfdb" width="320" height="20" allowfullscreen="true" allowscriptaccess="always"></embed></p><p class="MsoNormal" style="margin-top:0cm;margin-right:2.85pt;margin-bottom: 0cm;margin-left:2.85pt;margin-bottom:.0001pt"><span class="Apple-style-span"><span class="apple-style-span"><span style="font-family: 'Courier New'; color: rgb(51, 51, 51); ">Eu vejo um céu iluminado pelo sol</span></span><span style="font-family: 'Courier New'; color: rgb(51, 51, 51); "><br /><span class="apple-style-span">E nuvens brancas num palito de algodão</span><br /><span class="apple-style-span">Eu vejo como a lanchonete Vidigal</span><br /><span class="apple-style-span">Esta fazendo o sucesso no Leblon</span><br /><span class="apple-style-span">Eu vejo o amor e a amizade que renasce na desculpa do casal </span><br /><span class="apple-style-span">Eu vejo a nossa mocidade aprendendo a se distanciar do mal</span><br /><br /><span class="apple-style-span">Eu vejo mil e uma formas de olhares</span><br /><span class="apple-style-span">Que esperam se cruzarem dois a dois</span><br /><span class="apple-style-span">Eu vejo o mapa que indica todos os lugares</span><br /><span class="apple-style-span">Eu vejo o feio, o belo, o antes e o depois</span><br /><span class="apple-style-span">Eu vejo todos os eleitos que prometem no horário eleitoral<o:p></o:p></span></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-top: 0cm; margin-right: 2.85pt; margin-left: 2.85pt; margin-bottom: 0.0001pt; "><span class="Apple-style-span"><span class="apple-style-span"><span style="font-family: 'Courier New'; color: rgb(51, 51, 51); ">Eu vejo a felicidade estampada na comédia nacional </span></span><span style="font-family: 'Courier New'; color: rgb(51, 51, 51); "><br /><!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br /><!--[endif]--><o:p></o:p></span></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-top: 0cm; margin-right: 2.85pt; margin-left: 2.85pt; margin-bottom: 0.0001pt; "><span style="font-family: 'Courier New'; color: rgb(51, 51, 51); ">O que vejo pode ser possível<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-top: 0cm; margin-right: 2.85pt; margin-left: 2.85pt; margin-bottom: 0.0001pt; "><span style="font-family: 'Courier New'; color: rgb(51, 51, 51); ">O que vejo pode ser normal<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-top: 0cm; margin-right: 2.85pt; margin-left: 2.85pt; margin-bottom: 0.0001pt; "><span style="font-family: 'Courier New'; color: rgb(51, 51, 51); ">O que vejo pode ser incrível<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-top: 0cm; margin-right: 2.85pt; margin-left: 2.85pt; margin-bottom: 0.0001pt; "><span style="font-family: 'Courier New'; color: rgb(51, 51, 51); ">Pode ser habitual<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-top: 0cm; margin-right: 2.85pt; margin-left: 2.85pt; margin-bottom: 0.0001pt; "><span style="font-family: 'Courier New'; color: rgb(51, 51, 51); "><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-top: 0cm; margin-right: 2.85pt; margin-left: 2.85pt; margin-bottom: 0.0001pt; "><span style="font-family: 'Courier New'; color: rgb(51, 51, 51); "><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-top: 0cm; margin-right: 2.85pt; margin-left: 2.85pt; margin-bottom: 0.0001pt; "><span style="font-family: 'Courier New'; color: rgb(51, 51, 51); ">Eu vejo o mar <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-top: 0cm; margin-right: 2.85pt; margin-left: 2.85pt; margin-bottom: 0.0001pt; "><span style="font-family: 'Courier New'; color: rgb(51, 51, 51); ">E agradeço pelo vento que esfria os cabelos da mulher<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-top: 0cm; margin-right: 2.85pt; margin-left: 2.85pt; margin-bottom: 0.0001pt; "><span style="font-family: 'Courier New'; color: rgb(51, 51, 51); ">Eu vejo o dia<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-top: 0cm; margin-right: 2.85pt; margin-left: 2.85pt; margin-bottom: 0.0001pt; "><span style="font-family: 'Courier New'; color: rgb(51, 51, 51); ">Amanhecendo com o tempo<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-top: 0cm; margin-right: 2.85pt; margin-left: 2.85pt; margin-bottom: 0.0001pt; "><span style="font-family: 'Courier New'; color: rgb(51, 51, 51); ">E a velhice só chegando pra quem quer<o:p></o:p></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-top: 0cm; margin-right: 2.85pt; margin-left: 2.85pt; margin-bottom: 0.0001pt; "><span style="font-family: 'Courier New'; color: rgb(51, 51, 51); "><br /></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-top: 0cm; margin-right: 2.85pt; margin-left: 2.85pt; margin-bottom: 0.0001pt; "><span style="font-family: 'Courier New'; color: rgb(51, 51, 51); "><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-top: 0cm; margin-right: 2.85pt; margin-left: 2.85pt; margin-bottom: 0.0001pt; "><span style="font-family: 'Courier New'; color: rgb(51, 51, 51); ">E quando acaba eu vejo todo o processo do início até o fim<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-top: 0cm; margin-right: 2.85pt; margin-left: 2.85pt; margin-bottom: 0.0001pt; "><span style="font-family: 'Courier New'; color: rgb(51, 51, 51); ">E quando acaba eu constato que o que enxergo<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-top: 0cm; margin-right: 2.85pt; margin-left: 2.85pt; margin-bottom: 0.0001pt; "><span class="Apple-style-span"><span style="font-family: 'Courier New'; color: rgb(51, 51, 51); ">Não é tudo o que vi</span><span style="font-family: 'Courier New'; "><o:p></o:p></span></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-top: 0cm; margin-right: 2.85pt; margin-left: 2.85pt; margin-bottom: 0.0001pt; "><span style="font-family: 'Courier New'; color: rgb(51, 51, 51); ">____________</span></p><p class="MsoNormal" style="margin-top: 0cm; margin-right: 2.85pt; margin-left: 2.85pt; margin-bottom: 0.0001pt; "><span style="font-family: 'Courier New'; color: rgb(51, 51, 51); "><br /></span></p><p class="MsoNormal" style="margin-top: 0cm; margin-right: 2.85pt; margin-left: 2.85pt; margin-bottom: 0.0001pt; "><span style="font-family: 'Courier New'; color: rgb(51, 51, 51); ">Confiram nos <b>"Imputáveis"</b> um conto psicológico, clique <a href="http://osimputaveis.blogspot.com/2011/07/psicologa.html"><b>AQUI.</b></a></span></p><p></p>Átila Goyazhttp://www.blogger.com/profile/16963391407023522157noreply@blogger.com9tag:blogger.com,1999:blog-8629864489042718432.post-28928293977196265862011-07-26T01:04:00.003-03:002011-08-09T15:44:19.374-03:00Rompante<p class="MsoNormal"><span style="font-family:"Courier New"">Muitos de vocês já se imaginaram em um palco minutos antes de se apresentarem. Os que ainda não tiveram essa oportunidade que me perdoe de coração, mas esperar pela arte é como ouvir sermão de parente distante. </span></p><p class="MsoNormal"><span style="font-family:"Courier New"">Cada degrau um nível, cada tombo um levante, cada revolta um rompante. <o:p></o:p></span></p>Átila Goyazhttp://www.blogger.com/profile/16963391407023522157noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8629864489042718432.post-5078872617927914942011-07-23T02:20:00.007-03:002018-10-26T15:04:04.281-03:00Piada Batida ou o que não foi dito durante a anedota<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Durante as seguintes linhas quero esboçar a arte mais crua do ser humano. A arte de tatear as emoções e tapear idéias dentro de situações corriqueiras; geralmente a arte dos infortunados que dançam aprendizes no tempo. Dramáticos e amorosos, alcançando a precariedade de uma nota. Notáveis artistas de rua, padronizados a pó por uma trama delgada.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Possuidores da independência – me parece mesmo um clã ou uma gangue, e seu sinal convidativo é o tintilar das taças seguido da quebra dos talheres interiores; sinos e mosquitos que são pelo simples fato de exagerar ao máximo sua existência.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">E assim foi seguindo uma cadência, até que ele me chamava, o ator melodramático, despretensiosamente levantando sua voz diante de dezenas de pessoas. A música até soou menor, decerto se abafara àquele gesto; e o ritmo malicioso das cornetas de fora tomava conta do lugar.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Aquele ambiente remetia ao que parecia ser naquela hora: remetia a um lugar maldoso, porém convidativo. A fantasia das cenas impostas sobre as cores mornas dos lugares frios; o momento em que anunciava uma revolução consolidada num jogo de passos ríspidos. Levantava a voz sem a notoriedade sindical dos dizeres que me atingiam rápido como banho frio.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Era piada eu sabia. Enquanto admirava toda a massa escandalizada de transeuntes, olhava de canto procurando pelo interlocutor e ele sorria. Ele estava prestes a dar o bote e sem aviso alcançou minha atenção - digno de um holofote. Não, eu não achei engraçado, apenas disse que a piada era boa e pra que ele ensaiasse um pouquinho mais.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">O elemento surpresa foi perdido enquanto todos os presentes na mesa aplaudiam aquela situação cômica. E sem o menor interesse ele apertou a minha mão como quem aperta a mão de um amigo - estava quente e viçosa, sentia os dedos do rapaz rechonchudos deslizando como que se apresentasse com certa classe e clareza um personagem; ‘prazer, César, seu criado’ foi o que ele disse enquanto procurava meu olhar analítico.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Sorria; intencionalmente ensaiado.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Seu sorriso despertou uma desaprovação profunda, sorria de canto esquerdo, um modo desmedido de cumprimento, a boca tremendo como que para uma boca não tremer fosse necessário um soco; e acho que todos percebiam – nem por isso deixaram de comentar o talento do rapaz que anunciava novas artimanhas, parece que seria uma chuva de palavras mastigadas que seguia os aperitivos da mesa, parece mas não era de certa forma um escândalo e sim uma incoerêcia – o meu constrangimento com o artista de botequim na verdade era de praxe porque não cedia meus minutos ao tédio do riso condenatório e sim às permutas de nossa comunidade, menino desligado que sou.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Quanto mais ele se aproximava de mim, suas palavras eram rasteiras e com teores dominantes. Podia jurar que um dia aquela bola de neve cairia sobre minha cabeça. Parecia mesmo ser necessário se fazer um show naquele dia. De modo que sobrepujar os insensíveis e toda classe de românticos era praxe para os artistas, condizente de mira incerta que me atingia. Um passo em falso e também seria capaz de aniquilar a cidade de Roma, isso se ela estivesse ali na sua frente e enfaticamente pedisse por um ‘acende fósforo’.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Fogo e água ao mesmo tempo reduziriam os riscos, mas não o teor daquela calamidade.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Cozendo e triturando deixas, era o terceiro comportamento moderno, balbuciando verdades inteiras. Enquanto navalha cortava rente deixando sua pele limpa. Enquanto piada mostrava que a morbidade não estava representada nas dores ou na comédia das almas.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Seguia na forma anfitriã de camadas mais duras e ínfimas; sua castidade alva e tenebrosa indicava os maus feitores que atrairiam possíveis problemas e se ajudasse serviria de bálsamo, antes fosse mais relaxado e não pronunciasse tanta escória. O maior de todos os problemas era o de falar bastante e não prestar atenção nos ouvintes, sequer dava ouvidos ao seu ouvido, por isso pecava e jamais confessaria algum sermão</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Indignava-me e insistia a mudar sua personalidade.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">As dores mais secretas que seu olhar era permitido em diagnóstico. A sua aparente vista, mas ao nível de maquiagem, encoberta entre os brindes e as comandas quitadas a sua dor mais secreta. A mulher que antes nua se deitava junto ao seu corpo e as carícias de tempos antes, explodia-lhe a mente como combustível de molotov.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Ah, o amor que antes o artista presenciava pela moça; doído por dentro de suas carnes frescas, nuas e untado a gosto. O amor de luta de faca. O amor de marteladas e de ferroadas que ia até a forca.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Deixaria esta moça de lado por um bem maior? Ou refrataria sua nobre solidão? Questionamentos em seus olhos incríveis que de mistérios arraigados entre as poças aturdiam o silêncio das pausas.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">...</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">E o amor.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">E o ódio e o pavor ao direito de tomar um gole.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">De seu trono demarcado a faro e forma, feria a festa.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Criatura que era, abençoada com o dom de beliscar momentos à guisa da candura alheia; merecedora do tesouro cadavérico que o sustenta feito máquina, repetidamente em série única, desferindo caretas azarentas e apontando falhas independentes.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Norteava os bêbados, enfeitava a noite e nesse feito arrecadava sua platéia, menos a mim mesmo que já estava arrecadado pelo incerto.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">... E a paixão.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">... E agora?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">INICIANTE ARTE DE FAZER SORRIR; era seu letreiro mais secreto.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "courier new"; font-size: 12.0pt;"><o:p> </o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<o:p> </o:p></div>
Átila Goyazhttp://www.blogger.com/profile/16963391407023522157noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8629864489042718432.post-34684168099261817432011-07-10T15:59:00.010-03:002011-07-11T13:57:55.076-03:00Nasce Os ImputáveisBom gente, eu e alguns escritores amigos estamos com um projeto de criar um blog com contos sujos. <div>Cada dia um escritor diferente, e um conto picante.</div><div><br /></div><div><br /></div><div><div>E hoje é a minha grande estréia:</div></div><div><br /></div><div><b><a href="http://osimputaveis.blogspot.com/2011/07/ninfomania.html">http://osimputaveis.blogspot.com/2011/07/ninfomania.html</a></b></div><div><br /></div><div>Espero que gostem!</div>Átila Goyazhttp://www.blogger.com/profile/16963391407023522157noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-8629864489042718432.post-8536348314904642582011-07-07T02:16:00.014-03:002018-10-26T15:04:49.903-03:00Polução noturna<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">O mandante de toda aquela execução estava dormindo. Em seu sonho podia ser quem quiser. Podia ser uma ave ou outro bicho. Em qualquer situação. Ordem ou circunstância. Ele começava a parlamentar idéias, repartindo-as em filetes de histórias e transpassando-as pelo decodificado sistema R.E.M.. Agora estava ele de pé, em um jardim florido de petúnias sob um sol persistente e uma brisa revigorante. A pele úmida e os cabelos ao vento; luzes se aproximavam, não era nada parecido com o que já tinha visto, mas ele reconheceu, sua mulher estava dançando de forma exótica. Uma dança jamais executada,uma mulher na cama, o problema de toda a criação em uma cena de minueto explícito. Ela dançava invertida, de maneira que seguia um compasso ao contrário, e o som de um coral de pássaros que vinha de uma fita cassete antiga acompanhava na função reversa aquela dança sedutora. Enquanto a cena se normalizava em meio aos gritos e os gemidos que a respeitável madame produzia enquanto dançava, ele imaginava ter o maior cacete do universo e nesse momento ela se sentia como uma rosa, desfolhada por beija-flores. As rosas se despedaçavam onde a vara do herói passava, e outras petúnias preenchiam o espaço de seus estandartes, como num passe de mágica ali estava outra.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Cores... Cores... Muitas cores... Ele avista um lago vermelho e azul.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">O lago de garças vermelhas, todas elas com peixes azuis a boca. Ele estava em um barco na tentativa de pescar as garças vermelhas. Mas sua isca eram os peixes azuis do lago, que ele tentava pescar da boca das garças. E ele ficava nesse impedimento. Até convencer uma garça a abandonar o lago e a comer um pedaço de pão. Pra que? Os peixes se soltaram da boca das garças e todos eles se revoltaram e empurraram o barco do rapaz para a margem do lago. O lago ficou azul e o céu vermelho.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Os peixes tentavam pular para a boca das garças, mas já era tarde, todas elas estavam voando. E nessa tentativa os peixes se afogaram e o lago secou. Ele assistia aos peixes se debatendo até que imaginou os peixes transformando-se em pães, e o céu antes vermelho completava-se com o azul da tarde, em perfeita harmonia, peixes e garças. Até que ele se acorda pra tomar água. Não sabia o porquê daquela mania, mas ele gostava mesmo de ingerir água pela madrugada. Resolveu não pensar em nenhum tipo de transtorno médico, apenas pegou a jarra de água da geladeira e bebeu tranquilamente, todo o líquido, até que se esgotasse da garrafa. Fechava a geladeira, desligava a luz e voltava para a cama, saciado de um lago. Deve ter sido do lago mesmo, constatou, depois de atirar uma escama de peixe da boca. De repente seu lábio secou e ele encolheu. Começou a cair pelo espaço que não dava mais no chão.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Ele estava caindo em um abismo e começou a gritar. O eco chamava por ele. Ecos para todos os lados, ecos grandes e sonoros retornando aos nossos ouvidos quando antes ecoados. Pelo eco foram atendidos seus desejos. Ele caiu no abismo. Sem destino. Aéreo. Às vezes isso acontecia quando encontrava uma folha de papel. Punha- se a folha na palma das mãos e saía correndo, de forma que por ação do vento a folha começava a rodopiar e a levantar voo, e ele viajava como um garoto, avistando todo o céu e podendo mordiscar as nuvens. Retornava ao chão como uma pluma, sem nenhum ferimento e sempre acordava feliz.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Noutras vezes sonhava que estava nu, correndo pelas ruas e sentando em bares lotados, vez ou outra tocando músicas nesses lugares, ou ouvindo músicas totalmente desconhecidas. Sonhava com querubins inventando cirandas de ceroulas; e punha-se a esquecer quando todos percebiam sua nudez e começavam a caçoar de seu sexo, causando-lhe vergonha e uma irritante sudorese ao passo de que quando acordava irritado.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Um olho pisca, enquanto o outro aponta a pestana e libera o vermelho da vista. Ele interpreta explosões nucleares, e interage com deuses nórdicos. Não há menor sentido nas palavras que pronuncia, sequer recorda que aprendera alemão ou tinha tido um orgasmo. Todo e qualquer remonte é seu e não há indícios de outras construções, já que tudo está na cabeça dele, tudo foi arquitetado enquanto ele dormia.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">6:00 AM, o horário, o relógio apita. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">O sonho tentava puxar mais uma história, ele tenta dormir mais cinco minutos, porém o impulso do alarme fora tão grande que impediu que ele retornasse ao sono.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Veste a roupa, escova os dentes, toma o café e sai de casa atrasado pro trabalho, com a cueca toda melada.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<a href="http://osimputaveis.blogspot.com/"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Courier New, Courier, monospace;"><b>http://osimputaveis.blogspot.com/</b></span></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Courier New, Courier, monospace;">Aguardem,</span></div>
Átila Goyazhttp://www.blogger.com/profile/16963391407023522157noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-8629864489042718432.post-73584055631442112302011-07-04T14:17:00.003-03:002011-07-04T14:21:17.665-03:00Violação de Privacidade<p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight:normal"><span style="font-size:14.0pt;font-family:"Courier New"">(Textos Grotescos)</span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New'; font-size: 19px; ">O seu sorriso era mais que perfeito, entre todos os quadradinhos que se apresentavam na tela você sorria mais. E foi por isso que eu te escolhi. Foi porque você era linda e sempre estava lá, verdinha, disponível para mim.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New'; font-size: 19px; ">Enquanto acariciava a tela do computador, João estava indignado com a presença cibernética de seus amigos que o fitavam pelo webcam. Um deles chegou até a enviar uma mensagem de apelo - VÊ SE OLHA PRA TRÁS – enquanto assistia a vídeos eróticos em sites adultos.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New'; font-size: 19px; ">De repente João estava com uma sacola de supermercado enfiada na cabeça. Uma mão peluda a cravar-lhe o pescoço, enquanto ele esbaforia e gritava desesperadamente.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New'; font-size: 19px; ">Como tentativa de sobrevivência João prendeu a respiração, tentou morder a sacola em busca de uma entrada de ar e desferiu uma série de cotoveladas errantes no intruso.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New'; font-size: 19px; ">Na terceira cotovelada frente-costa, João conseguiu acertar os bagos do rapaz.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New'; font-size: 19px; ">Quando João retesou, pode constatar que o maldito metediço era um conhecido seu, o amigo André.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New'; font-size: 19px; ">André gritava de dor, ajoelhado no chão, enquanto João colocava-se em posição de abate.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New'; font-size: 19px; ">’calma... João, eu estava só brincando’. Tentava se explicar André.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New'; font-size: 19px; ">João enrijeceu o sexo e desceu as calças de André. João enfiava-lhe toda a vara até os bagos alcançarem os glúteos. E vociferava: ‘Era esse tipo de brincadeira que lhe ensinavam na creche? Da próxima vez avise quando for tentar me matar’.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New'; font-size: 19px; ">André gemia de dor.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New'; font-size: 19px; ">‘Você é mesmo uma mocinha’. Sussurrou João, enquanto se levantava e limpava a bosta presente em sua jeba num lençol.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New'; font-size: 19px; ">‘ Sou mesmo. A propósito, sua casa está um lixo, quando é que vai arrumar essa bagunça?’</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New'; font-size: 19px; ">’Quando você parar de vir aqui. ’ Disse João ríspido.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New'; font-size: 19px; ">‘Vai sair com Verônica hoje?’- perguntou André, enquanto averiguava se ainda tinha cú.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New'; font-size: 19px; ">‘Não sei cara, não to meio preparado pra aturar a falação daquela moça, não. Cara... Diz aí: por que mulher fala tanto?’</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New'; font-size: 19px; ">‘Mulher fala muito porque não sabe esperar a hora certa de falar... Tem a hora certa de falar e mulher não sabe disso... ’</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New'; font-size: 19px; ">‘Não sei cara, esse assunto é muito complexo. Eu só sei que tem cerveja na geladeira e bagulho no armário da pia, sirva-se’. Completou João, enquanto acendia seu cigarro.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New'; font-size: 19px; ">‘Sabe amigo, pra mim essa Verônica tá te fazendo de otário, abre teu olho João. ’</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New'; font-size: 19px; ">’Já abri o teu hoje ...– brincou João – Cara, eu só estou esperando ela ficar online... Ela é o <i style="mso-bidi-font-style:normal">meu sorrisinho perfeito... Meu quadradinho verde...,</i> Cantava João o sucesso da época.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New'; font-size: 19px; ">‘ Seu quadradinho uma ova. Ela é do mundo! Você tá muito apaixonado cara, mulher não gosta dessa manifestação calorosa toda, não... ’, disse André, enquanto enrolava o baseado e umedecia as pontas do papel com a língua; ‘... E outra... ela sabe que está podendo e é gostosa. Mulher assim gosta de ser desafiada, fique dois meses sem falar com ela e depois meta lhe uma surra de pica’, sentenciou.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New'; font-size: 19px; ">‘É. Você tá certo cara, acende esse bagulho aí e deita aqui comigo. Vou ficar em casa hoje, ela que me procure’.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New'; font-size: 19px; ">E João se deitou com André como de costume. A janela aberta e uma leve brisa de vento a tocar suas peles nuas. Janela esta violada pelo vento, pelas palavras e ações que nunca foram registradas.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New'; font-size: 19px; ">Janela esta aberta para a violação.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New'; font-size: 19px; ">A violação é assim mesmo; é como o suor frio de quando estamos sob um consentimento de poder descobrir o presente jurisprudente violado.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New'; font-size: 19px; ">A violação é quando menos se espera e se é violado. Ser violado é ser descoberto, destrinchado, inserido em uma nova situação.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New'; font-size: 19px; ">Ser violado é ser aberto.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New'; font-size: 19px; ">Enquanto João e André fodiam na cama das mais variadas formas e vontades, Verônica, a verdinha de sorriso único, acabava de mandar uma mensagem privada no computador de João:</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New'; font-size: 19px; ">‘Oi. ’.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New'; font-size: 19px; ">João não respondeu, sequer ouviu o barulho da chamada ou sentiu a vibração do aparelho. João estava ocupado.</span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Courier New'; font-size: 19px; ">João estava vermelho; violando um amigo.</span></p>Átila Goyazhttp://www.blogger.com/profile/16963391407023522157noreply@blogger.com6