Ceia de domigo
De carne vermelha
E pele dourada
Assim fomos feitos um pro outro
Na mesa você estava
Deslumbrante
Suculenta
Eu pude notar
A azeitona preta
Estava vencida
Mas valeu
Cada mordida
Eu fartei, lambi o beiço
Enchi a barriga
E agora tudo passa
De solidão e sobremesa
A braguilha aberta, a fala à mesa, a comida
Em decomposição
Decomposição
Nada mais a fazer
O prato limpo, a sala, o tempo , o tédio, a TV
E o jornal
A sessão da tarde se abrindo
E eu no quimo indigesto, entregue a uma ceia de domingo
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Ps: Se alguém lembrar do coelhinho da Páscoa, tudo bem :)