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domingo, 23 de junho de 2013

Rainha

Quero ver você permanecer na estrada até o último momento
até a morte parecer barata
até as minuciosas frustrações suicidas se tornem concretizadas
até que o último segundo cesse
até a espera desses últimos tempos
Volte, antes que todas as baratas do universo explodam
e toda camada "baratal" se funda e forme uma crosta
volte, antes que milhares de vidas baratais estejam na venda
estão duvidando de sua existência
de sua forma de brincar com os cometas
de começar do zero uma ação inesperada
de botar ovos e povoar colônias
assim sofro - como a nostálgica invenção do telefone sem fio
começa com “digo isto”, mas é sempre aquilo
sempre um grito confuso, fosco
Fale baixinho, não apenas a mim
toda a sua verdade
tenha um troço
e cresça com fermento ou nessa anarquia de si
encha nossos corações mesquinhos
ou entregue o jogo – a tua aldeia
invente um outro de ti pra acompanhar e bendizer os súditos
pois é nisso que tudo pára:
a busca pela sucessão de seu trono
e se por acaso não aguentares esta vida e cometeres haraquiri
perderemos o rumo e os sentidos das antenas
para quê estamos nesse universo explorador
se antes mesmo de aparecer você se esconde
e brinca de voar?