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quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Provável estilhaço


Dentro do espelho
Posso ser quem quiser
E esquecer de quem sou
Posso ver o que vês
E saber o que queres
Estou do outro lado
Onde tudo é inverso
Você não me enxerga
Eu não te alcanço
Você se cansa
E eu me quebro

Imagem : L.F

9 comentários:

Paulo Roberto Figueiredo Braccini - Bratz disse...

tenso mas extremamente lírico ...

que em 2011 saibamos torná-lo pleno e genial querido amigo

bjão

;-)

FOXX disse...

lindo texto, mas preciso dizer q a imagem é ainda mais bonita.

Michele Pupo disse...

Só falta remontar as peças, como num quebra-cabeças.

;-)

Bjs

Luis Fabiano Teixeira disse...

Também gostei do seu texto Átila e achei bastante simpático o modelo rs. Falando sério, espelhos são como disse Érico Verissimo nossos amigos íntimos. O meu é sempre implacável todas as manhãs rs. Linda inspiração para começar bem o ano. Abração!!!

s a u l o t a v e i r a disse...

Dentro, do espelho, sobre o palco, na tela da tv, na própria vida, com muita criatividade se é quem quiser ser.

Mas bonito mesmo é se reconhecer no espelho sendo você mesmo. Bonito e duro, mas quem disse que seria fácil?

Te gosto lek. Belíssimo texto o teu.


Ah, as vezes é bom não ser visto por certas pessoas, saímos ilesos e em paz.

Marcelo R. Rezende disse...

O poema completa a imagem e vice-versa.
Lindo demais, sô.

Beijo.

dand disse...

Imagina, se pudessemos alcançar o além do espelho? hahaha. Ao invés de cacos de vidro, seriam cacos de gente pra todos os lados rsrs.

bjos.

Dand.

ítalo puccini disse...

são peças

e poemas.

abraços.

Anônimo disse...

pra este poema tão bonito deixarei uma canção igualmente bela, você deve conhecer:

Catavento e Girassol
(Guinga - Aldir Blanc)

Meu catavento tem dentro o que há do lado de fora do teu girassol
Entre o escancaro e o contido, eu te pedi sustenido e você riu bemol
Você só pensa no espaço, eu exigi duração
Eu sou um gato de subúrbio, você é litorânea
Quando eu respeito os sinais vejo você de patins vindo na contramão
Mas quando ataco de macho, você se faz de capacho e não quer confusão
Nenhum dos dois se entrega, nós não ouvimos conselho
Eu sou você que se vai no sumidouro do espelho
Eu sou do Engenho de Dentro e você vive no vento do Arpoador
Eu tenho um jeito arredio e você é expansiva, o inseto e a flor
Um torce pra Mia Farrow, o outro é Woody Allen
Quando assovio uma seresta você dança havaiana
Eu vou de tênis e jeans, encontro você demais, scarpin, soiré
Quando o pau quebra na esquina, cê ataca de fina e me ofende em inglês
É fuck you, bate bronha e ninguém mete o bedelho
Você sou eu que me vou no sumidouro do espelho
A paz é feita num motel de alma lavada e passada
Pra descobrir logo depois que não serviu pra nada
Nos dias de carnaval aumentam os desenganos
Você vai pra Parati e eu pro Cacique de Ramos
Meu catavento tem dentro o vento escancarado do Arpoador
Teu girassol tem de fora o escondido do Engenho de Dentro da flor
Eu sinto muita saudade, você é contemporânea
Eu penso em tudo quanto faço, você é tão espontânea
Sei que um depende do outro só pra ser diferente, pra se completar
Sei que um se afasta do outro, no sufoco, somente pra se aproximar
Cê tem um jeito verde de ser e eu sou meio vermelho
Mas os dois juntos se vão no sumidouro do espelho