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sexta-feira, 10 de abril de 2009

A Fuga


Estar a espera de alguém para poder conversar é a principal preocupação desse passageiro que não sabe ao certo o seu destino. Saiu de casa para fugir do cotidiano frustrante e dos erros que foram acumulados e não resolvidos.
Levou na mochila tudo o que precisava (ou o que se achava preciso) para ficar longe para sempre.
Passou pela casa sem ao menos observar as pequenas lembranças fechou a porta e já na rua não olhava pra ninguém a sua volta. Aquela felicidade toda do clima tropical e boêmio o atormentava bastante a cada esquina.
Ele nem parou pra ver o mar, exceto quando estava de pé dentro de um ônibus circular abafado e barulhento.
Viu a cidade de outro ângulo, como se fosse suja e perversa.
Chorou por sentir que tudo seria diferente, estava com medo da incerteza.
Parou no terminal rodoviário e procurou pelo lugar com o nome mais bonito. Não hesitou, entrou no ônibus e partiu.
Adormeceu por dias e quando chegou em seu destino viu uma cidade devastada. Estava cheia de pessoas vazias.




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